terça-feira, 21 de junho de 2011

E a #Orkutização do Twitter começou

Pois é, eu tava sem ideia pra escrever o post dessa semana quando de repente em uma nublada tarde de Sábado aparece isso nos Trending Topics do Twitter:



 


Eu avisei em vários blogs: foi só traduzir a interface para nosso idioma que a "Orkutização" começou. Até um importante jornal do país falou que o termo era preconceituoso. Não era: nós sabíamos exatamente do que estávamos falando.



Parece que o brasileiro tem um toque de Midas ao contrário: estraga tudo que entra. Em 2004, o Orkut era a grande novidade que prometia revolucionar a Internet que existia até então - e ele fez isso, mas foi só os brasileiros começaram a ser convidados que aquela rede, cheia de pessoas legais e conteúdos interessantes começou a se transformar no reduto de analfabetos digitais, pedófilos, adolescentes postando fotos seminuas no espelho, gangues, bondes e pessoas que sentem prazer em rir da desgraça alheia em geral. Seria isso apenas um reflexo de nossa sociedade? Talvez, mas o fato é que aquela rede, outrora promissora, tornou-se insuportável para quem tinha um mínimo de senso crítico.


Então, nós corremos para outras redes sociais mas, não adiantou: o Facebook está em vias de se transformar no novo Orkut e o Twitter, que se diferenciava das demais por traduzir o significado das palavras simplicidade e rapidez, sem ter comunidades, amigos e essas baboseiras todas, mudou para pior.


Como bem disse o @Alex_Mac_ , há dois anos os "tópicos de tendência" tinham assuntos importantes e relevantes e os tuítes tinham informações úteis para todas as áreas. Agora, frequentemente vemos "Luan Santana", "Restart", "Rodrigo Faro" e essa nova tag totalmente ofensiva.


Não tenho dúvidas de que isso que estamos vendo é o desastroso resultado das políticas de inclusão digital do governo. Como disse ao @edertux , sou totalmente a favor destas políticas, afinal a internet e os computadores são ferramentas úteis no mundo moderno, mas não basta apenas dar incentivos fiscais e oferecer micros em 60 vezes nas Casas Bahia às classes D e E: é necessário educar estes novos internautas sobre este mundo chamado Internet.


Mas quem fará isso? O Governo? Nem pensar! Nesses anos em que estou fazendo uma licenciatura, vi que o que o Governo quer é que o professor se vire, afinal os governantes não dão a mínima para a educação, vide várias escolas que nem banheiro com descarga possuem e o crescente aumento da violência entre os alunos; As empresas privadas? Menos ainda! A única coisa que elas querem é lucro e, para isso, esquecem da ética e dos bons costumes.


Não adianta fugir para outra rede social, é inevitável! A Orkutização é a identidade do povo brasileiro. Cabe a nós, internautas que estamos há mais tempo na rede e conhecemos a netiqueta e o que é ou não apropriado nos ambientes virtuais ensinarmos as novas gerações de uma maneira educada ou não: em breve, esses jovens irão se tocar e repensarão seu comportamento. Até lá, por mais difícil que seja, vamos ignorá-los e continuar a produzir nossos conteúdos de qualidade sempre com o intuito de ajudar o próximo e de compartilhar o conhecimento e a informação, que são os princípios básicos que norteiam o software livre.


Fique claro que temos o pleno direito de protestarmos contra qualquer coisa a qual julguemos errada, mas para isso devemos utilizar meios lícitos e éticos. Não será colocando uma expressão como essa numa lista que iremos conseguir mudar alguma coisa. Apesar disso, parece que houve um empate: a hash tah foi removida e o G1 não publicou sua coluna diária.


E se você acha que isso é exagero, depois de receber trocentas menções e xingamentos no Twitter, vou deixá-los com dois posts que vão mostrá-los o real nível de alienação dos orkuteiros que invadiram a rede de microblogging:




PS: segundo me informou o @Alex_Mac_ , este cidadão de cima acabou de deletar sua conta. Eu é que sou hipócrita?


Educar é preciso, mas não será fácil.


PS: dê RT neste post e coloque a tag #Orkutização nos trending topics. Vamos mostrar que aquilo não é terrade ninguém.

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