quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Aventura por "águas mais profundas: Configurando o Fedora 11 - Parte I





Nunca utilizei distros RPM. Sendo muito sincero com vocês, nunca achei que existisse vida inteligente fora dos pacotes DEB e do Apt-get. Foi então que resolvi baixar o Fedora 11. Após o download e a instalação, um pouco trabalhosa diga-se de passagem, chegava a hora de configurar a distro.




Como um usuário saído dos DEB based qual foi o primeiro aplicativo que busquei? Isso, o Synaptic. Mas ele não estava lá. No local estava um gerenciador de pacotes parecido com o alternativo do Ubuntu, o qual eu não estou acostumado. Já que o synaptic não estava lá, resolvi então abrir o terminal e fazer a coisa do jeito que eu gosto. O Fedora utiliza o yum no lugar do apt-get. Depois de um yum --help, aprendi os comandos básicos o necessário para os primeiros passos. Aí vão:
su -c 'yum update'
su -c 'yum install pacote'

Entendendo os comandos acima:

> 'su' dá permissões de super usuário ao comando. Assim como o Debian, o Fedora não trabalha com permissões avançadas para o 'sudo';

> '-c' é o argumento do comando 'su' para executar o comando entre aspas;

> 'yum' é o gerenciador de pacotes em modo texto;

> 'update' atualiza a lista de pacotes e, caso haja algum pacote a ser atualizado, atualiza os pacotes instalados (update e upgrade no mesmo 'pacote');

> 'install' é o comando de instalação do pacote. Os nomes dos pacotes são básicamente os mesmos que estamos acostumados no Debian, Ubuntu e seus filhos.

Bom, isso era o básico do básico. ao menos instalar pacotes eu saberia. Assim como Ubuntu, o Fedora não vem com os chamados "plugins non-free" (não gratuítos) nos repositórios padrão. Essa foi minha segunda "descoberta". Para ter os plugins-ugly, driver Nvidia, entre outros, você precisa dos repositórios non-free. O comando é esse:
su -c 'rpm -ivh http://download1.rpmfusion.org/nonfree/fedora/rpmfusion-nonfree-release-stable.noarch.rpm'

su -c 'rpm -ivh http://download1.rpmfusion.org/nonfree/fedora/rpmfusion-nonfree-release-stable.noarch.rpm'

su -c 'rpm -Uvh http://rpm.livna.org/livna-release.rpm'

su -c 'yum update'

Entendendo os comandos acima:

> 'su' dá permissão de super usuário ao comando. Necessário para a adição dos repositórios;

> '-c' permite que 'su' execute o comando entre aspas;

> 'rpm' é o instalador de pacotes do Fedora. Seria o correspondente ao 'dpkg' do Debian/Ubuntu;

> '-i' instala o pacote citado;

> 'v' mostra no terminal informações mais detalhadas do processo de instalação;

> 'h' ajuda na organização do conteúdo. Muito útil junto com o comando 'v';

> 'yum' é o gerenciador de pacotes. Seria o correspondente ao apt-get do Debian/Ubuntu;

> 'update' atualiza a lista de pacotes e atualiza os programas, caso necessário.

Repararam numa coisa muito interessante? Para adicionar o repositório ao Fedora o comando é baixar um pacote RPM, ao contrário do Ubuntu em que você teria que adicionar a linha ao "sources.list" ou ao gerenciador de repositórios do sistema. Bom, tenho que confessar que achei o método do Fedora mais prático. Depois da adição dos repositórios, é momento de instalar nossos pacotes. Primeiro vamos aos plugins de áudio e vídeo:
su -c 'yum install gstreamer-plugins-ugly gstreamer-plugins-ffmpeg gstreamer-plugins-bad'

Entendendo os comandos acima:

> 'su' dá permissão de super usuário ao comando, necessário para a instalação dos pacotes;

> '-c' permite que 'su' execute o comando entre aspas;

> 'yum' é o gerenciador de pacotes do Fedora 11;

> 'install' é o comando do 'yum' que instala os pacotes citados.

Se você tem placas Nvidia (como eu), uma boa ideia é ativar o driver e instalar o compiz. Vamos ao comando:
su -c 'yum install kmod-nvidia'

su -c 'yum install emerald-themes compiz-fusion-extras emerald compiz-fusion compiz-manager compiz-fusion-extras-gnome gnome-compiz-manager libcompizconfig compiz-fusion-gnome ccsm fusion-icon'

Entendendo o comando acima:

> 'su' dá permissão de super usuário ao comando de instalação;

> '-c' permite que 'su' execute o comando entre aspas;

> 'yum' é o gerenciador de pacotes em modo texto;

> 'install' comando do "yum" para instalação de pacotes.

Depois de reiniciar a máquina, sua placa já estará ativada. Para ativar o efeito 3D do compiz vá em "Sistema", "Preferências" e clique em "Efeitos da Área de Trabalho".

Bom, a primeira parte desse tutorial fica por aqui. Na próxima semana veremos como adicionar repositórios "a maneira tradicional", como instalar o Adobe Flash, o Chromium, Songbird e muito mais. Até lá.

Um comentário:

  1. Ótimo post!!!


    Muitissimo bem explicado, gostei bastante. Parabéns, muito útil mesmo para qualquer um, não só pra iniciantes.

    Eu também tive estas impressões quanto ao Fedora, no meu caso, versão 17.

    Estava um pouco cansado de utilizar os like Debian e quis voltar um pouco atrás às origens minhas, quando iniciei minhas experiências com o pinguim experimentando o Mandrake e depois o Kurumim.

    Antes de experimentar o Fedora e ser um fedorento, lia em alguns posts e fóruns que ele era um pouco mais 'expert' que os like Debian da vida, mas estava cansado de tanto tentar instalar a minha HP P1102W neles e não ter qualquer sucesso. Esta impressora depende do pacote 'foo2zjs' e não sei porque cargas d'água não consegui o sucesso, tentei de tudo, tentei compilar o pacote original 'foo2zjs', tentei baixar pronto os pacotes .deb e também tentei fazê-la funcionar com o pacote da própria HP, o HPLIP e nhecas!

    Foi quando me lembrei que gostava do Mandrake, hoje Mandriva. Pra quem não sabe, a Mandriva é a união da francesa Mandrake com a nacional Conectiva e desta união temos 80% de brasileiridade na Mandriva (Não me recordo onde vi esse número, mas o vi).

    Instalei o Mandriva e pra minha querida surpresa a impressora funfou de prima, além do Bluetooth também (uso-o de vez em quando pra resolver pepinos com praticidade entre o lepitope e meu esmartifone e que nunca funcionava tanto no Ubuntu quanto no Mint) mas logo me deparei com dificuldades com o Skype e DraftSight. No Mandriva, as dependências não se resolviam automaticamente e eu, como estava meio de escroto cheio de tanto trabalho com o Pinguim, pois toda hora que eu precisava de resolver algo com emergência ele me dava canseira, tentei mais uma antes de retornar pro Windows, que uso de vez em quando sem quaisquer problemas, tentei o Fedora 17.

    Hoje estou feliz e satisfeito com o Fedora Spin KDE. Um sistema estável, prático e funcional. Não que os like Debian não os sejam, mas que como minhas origens com o Pinguim foram com um sistema medido em RPMs (heh, reparem o trocadilho, por gentileza) e com o ambiente KDE, cá estou eu com ele bem feliz, pois vi também que seus pacotes são todos super-atualizados e estáveis, estou com o KDE 4.9, Blender 2.63, Inkscape 0.48, Gimp 2.8 e tudo sem precisar recorrer a repositórios escondidos ou de outras dists.


    RicardoSPimentel

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