sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nokia firma acordo com a Microsoft

Era uma vez uma empresa que tinha um compromisso com o Software Livre. Essa empresa comprou outra, que era responsável pela biblioteca Qt, na qual o KDE, por exemplo é baseado. Essa mesma empresa, colocou a sua aquisição principal na transação, o Qt, em LGPL, a partir da versão 4.5. Essa mesma empresa, em parceria com a Intel e, depois, com outras empresas anunciou a criação do MeeGo, uma plataforma para portáteis baseada em Linux. Tudo parecia um sonho, mas eram só aparências.


No fim desse mês, o CEO da Nokia, Stephen Elop, anunciou que a empresa tinha perdido parte do seu mercado (3%) e, com isso, seus lucros diminuiram. Foi o sinal para o conto de fadas acabar e, irmos parar diretamente num filme de terror. Numa decisão absolutamente contestável, a Nokia firmou um acordo com ele... (tirem as crianças da frente do PC, a foto abaixo pode traumatizá-las para sempre).



 



De fato, esse aperto de mãos é um acontecimento mais grave para o software livre - especialmente para o KDE e sua família de softwares - do que o leitor pode imaginar. Ao contrário do que você pode imaginar, a Nokia não desenvolvia o Qt porque gostava do KDE. Eles faziam isso porque acreditavam que o Qt seria um biblioteca importante para criação de aplicativos mobile, para a plataforma MeeGo, as melhorias para o KDE só vinham no mesmo pacote.


Juntamente com o pacto com o demo a Microsoft, veio a adoção do Windows Phone 7 e o abandono do MeeGo, que irá se tornar apenas uma plataforma de pesquisas para a Nokia. O lado bom, ao menos da notícia desse parágrafo, é que a Intel anunciou que não pretende abandonar o MeeGo, afirmando que outras empresas também estão envolvidas no desenvolvimento e que o mesmo deve continuar, com ou sem a Nokia.


O principal medo nesse momento nesse momento não é em relação ao MeeGo e sim em relação ao Qt. Os usuários KDE temem pelo futuro do ambiente gráfico, uma vez que a Nokia não tem mais motivos para manter o desenvolvimento da biblioteca da forma que vinha fazendo. Enquanto a maioria dos usuários pergunta o que será feito do KDE agora, os desenvolvedores tanto do Qt, quanto do KDE, pedem tempo e paciência, para que também eles possam entender o que aconteceu, para depois tomarem medidas.


Um dos motivos pelos quais não deve haver caos, é o acordo com a Nokia firmado pela KDE Foundation. O acordo, segundo informações do site do próprio KDE, possibilita que a equipe do KDE libere uma versão com licença BSD ou outra licença livre, caso haja algum problema com o desenvolvimento do Qt.


Não é tempo de decisões. A Nokia teve uma atitude precipitada e acabou embarcando em um barco que já nasceu afundando. Os desenvolvedores do Qt e do KDE precisam de tempo e calma nesse momento crítico, afinal, tudo pode ser realmente uma grande trágedia, sendo necessário fazer valer o acordo da KDE Foundation com a Nokia, ou pode ser um grande susto, onde a Nokia manterá o desenvolvimento do Qt (improvável...). Só podemos esperar.

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