terça-feira, 26 de julho de 2011

Review do CentOS 6

Cerca de oito meses após o lançamento do Red Hat Emterprise Linux 6 - e de cerca de três meses após o lançamento da versão 6.1 - finalmente está disponível o CentOS 6, o clone gratuito e comunitário da distribuição Enterprise mais famosa do mundo. Conforme solicitado nos comentários do nosso review sobre o Solaris 11 Express, aqui está nossa análise da distro. Divirta-se!



Um pouco de história


Embora acredite que todos já saibam, vou relembrar um pouco a história do CentOS. A Red Hat é uma das maiores empresas de software livre do mundo e seu sistema operacional é um dos mais utilizados nos servidores em todo o planeta. Até 2004, a empresa oferecia duas versões de seu produto: o Red Hat, gratuito e voltado a usuários finais, e o Red Hat Enterprise, voltado a usuários corporativos e disponível apenas através de um sistema de assinaturas anuais, apesar de o código-fonte estar disponível a todos os interessados sem custos (e, na verdade, o Red Hat comum não era exatamente gratuito, pois você só podia atualizar o sistema através do jurássico up2date por 30 dias, após era necessário comprar uma subscrição - sorte que, já naquela época, existiam repositórios alternativos). Embora a empressa deixasse bem claro que o RHEL era o produto indicado para o ambiente corporativo, várias empresas utilizavam o Red Hat normal em seus servidores (já vi relatos de servers que usam o RH 9 até hoje).


Em meados de 2004, porém, enquanto todos estavam esperando o Red Hat 10 ou o 9.1, a empresa surpreendeu o mundo de TI ao anunciar que se voltaria completamente ao mercado corporativo: ela estava descontinuando sua distribuição gratuita e ficando apenas com o seu Enterprise Linux. Os usuários domésticos, porém, não seriam totalmente esquecidos e, para eles, a empresa lançaria o Fedora Core, uma distribuição baseada no Red Hat, com o apoio da empresa mas mantida e suportada pela comunidade.


À época, o anúncio dividiu as opiniões: enquanto alguns acharam a iniciativa louvável, muitos chamaram a Red Hat de traidores. O problema maior ficou por conta dos administradores de sistemas que usavam o Red Hat 9 pois, apesar de hoje o Fedora ter se consolidado como uma distribuição estável, madura e rubusta, naquela época muito se dizia que o Fedora Core tinha uma qualidade inferior ao Red Hat 9, sem contar que o ciclo de atualizações a cada 6 meses era inviável para a maioria das empresas. Logos, os administradores ficaram entre a cruz e a espada: migrar para o Fedora ou comprar a versão Enterprise?


Para a maioria deles, nenhum dos dois: como o código-fonte estava disponível, logo começaram a surgir clones gratuitos do RHEL. Aquele que mais se destacou foi o CentOS, sigla para Community Enterprise Operating System, o qual passou a ser usado em servidores de quase todos os tipos, principalmente web. Surpreendentemente, a própria Red Hat recomenda que aqueles que estejam estudando para seu exame de certificação baixem e utilizem o Cent OS em seus estudos ao invés de comprarem seu próprio sistema.


Mas o mar de rosas logo mostrou que tem espinhos: há algum tempo, o mantenedor do projeto e do site da distribuição simplesmente desapareceu do nada, o que levou a comunidade a postar uma carta aberta na home page e, além disso, quando a versao 6 do RHEL foi lançada, não havia nem sinal do lançamento da versão correspondente do CentOS. A situação era tão crítica que, no canal IRC oficial da distribuição na rede Freenode, havia um aviso bem grande no tópico dizendo que era simplesmente proibido falar do CentOS 6. Muitos achavam que a distro estava morta e outros cogitaram sua fusão com o Scientific Linux, outra distro derivada do RHEL, o que não aconteceu. De qualquer forma, cabe-nos perguntar como a distro vai superar os desafios, visto que ela já está uma versão de atualização defasada em relação à sua distro-mãe;



O CentOS é pra você?


O CentOS está para o Fedora assim como o Debian está para o Ubuntu: enquanto estes trazem as últimas novidades em termos de softwares e de tecnologias livres, com um ciclo de atualizações curto e agressivo, aqueles preferem oferecer programas que já tenham um determinado tempo de estrada mas que sejam estáveis. Por isso mesmo, o CentOS é mais indicado para servidores ou empresas, mas nada lhe impede de utilizá-lo como sua distro principal em seu micro doméstico, principalmente se você não faz questão de ter as versões mais recentes dos softwares disponíveis. Para você ter uma ideia, nós estamos no Fedora 15, indo para o 16 e o RHEL é baseado no Fedora 13. Logo, esqueça o GNOME 3 ou o kernel 3.0.


Mesmo assim, é importante salientar que os pacotes continuam recebendo atualizações: na verdade, o que a Red Hat faz é extrair apenas as correções de erros das novas versões e aplicá-las nas versões atuais de sua distro. Logo, você pode estar certo de que, apesar da idade, o sistema é seguro e, acima de tudo, estável. Além disso, ao contrário do Fedora, ele recebe 7 anos de suporte.



Opções de download


O CentOS está disponível nas arquiteturas de 32 e de 64-bit; Há três opções de download:


Live-CD: É claro que uma distro da classe Enterprise do CentOS não foi projetada originalmente como um live-cd, assim, assumimos que esta seja apenas uma opção para quem deseja conhecer a distro e não instalá-la em seu servidor ou workstation, embora isso seja possível. A versão 32-bit tem 684MB e a 64-bit, 689MB. Nós, aqui, vamos testar essa última.


DVD de instalação: esta é a opção padrão para quem deseja instalar o sistema. Na versão de 32-bit, você deve baixar um DVD de 4,4GB e, na de 64-bit, são dois discos: o primeiro de 3,9GB e o segundo de 1,1GB. Arquivos torrent também estão disponíveis.


Não sei se foi por causa da pressa em lançar logo a nova versão ou se será algo permanente, mas esta é a primeira versão do CentOS na qual não são disponibilizados CDs de instalação. Por um lado, eles não vão fazer falta, pois a mídia já está ficando obsoleta nos dias atuais mas, por outro, não é uma boa notícia para quem tem uma conexão de baixa velocidade ou não possui um drive que leia DVD - sim, ainda existem alguns por aí. O lado positivo, porém, é que desde antes desta versão o DVD já era praticamente mandatório: ao contrátio do Debian, onde você pode instalar um desktop básico a partir do primeiro CD, qualquer instalação mais básica do CentOS exigia todos os discos. Na verdad uma instalação mínima com o primeiro disco podia ser feita, mas não havia uma opção mínima nos perfis de instalação: era necessário ir às opções avançadas e deselecionar todas as caixas.


NetInstall: para aqueles que desejam fazer uma instalação via rede, essa é a opção correta: tem 173MB na versão 32-bit e 211MB na versão 64-bit. Atente para o fato de que essa versão precisa de uma conexão rápida à internet e instala apenas um ambiente mínimo de linha de comando.



O boot


Assim como o Fedora, ao inserir o live-cd do CentOS inicia-se uma contagem regressiva de 10 segundos, a qual pode ser interrompida pressionando-se qualquer tecla. Caso você interrompa a contagem, cairá em um menu no qual poderá escolher entre iniciar normalmente (Boot) ou em modo texto ou em  baixa resolução, além de instalar o sistema em modo gráfico ou em modo texto, além de verificar a mídia antes de iniciá-la. Após, a resolução da tela é corretamente detectada - ao menos no meu caso -, ficamos alguns segundos com um cursor piscando e, enfim, somos finalmente apresentados à tela de boot, que nada mais é do que a mesma tela do RHEL com o logotipo do CentOS em cima (quem nunca viu, pode se assustar, pois o treco parece muito com o anel d'O Chamado). Graças ao meu Core i3, eu não vi as famosas barras de texto que aparecem antes do boot gráfico.


Após a tela de boot, somos apresentados ao GDM, que faz um login automático em 5 segundos. Aí começamos a ver as deficiências do live-cd: ele vem com o GNOME apenas em Inglês e com o teclado configurado, por padrão, no layout US-Internacional. Mas, enfim, esse é o desktop do CentOS 6:


Desktop padrão do CentOS 6


Logo de cara, podemos perceber que o time de design do CentOS seguiu o exemplo de seu mainstream provider e deu uma repaginada no visual, ficando com uma aparência muito mais moderna e agradável, se comparada à versão anterior. Aliás, alguns sites na Internet estão comparando o novo visual do RHEL com o de uma famosa distribuição de origem sul-africana a qual o Cleiton não gosta muito, assim como o fato de que, como nessa distro, agora os discos e unidades de armazenamento removíveis são montadas automaticamente durante o boot.


Perceba que o time de desenvolvimento fez um excelente trabalho em relação à usabilidade no desktop: ao passar o mouse sobre os menus do GNOME, são exibidas dicas em balões azuis. Agora, lembra que eu havia dito que o sistema configura o teclado automaticamente no padrão US Internacional? Pois é: perceba que, no desktop, foi colocado um ícone Keyboard o qual permite configurar rapidamente o layout correto de seu teclado, assim como o ícone Display, que pode ser utilizado quando houver problemas de resolução de vídeo. Simples e direto. Sem dúvida que a distro ganhou um merecido ponto positivo aqui.



Programas instalados


Considerando-se que o CentOS é uma distro de classe enterprise e que o live-cd seja apenas um aperitivo do que ela realmente oferece, a lista de programas não é de toda ruim. Na verdade, o menu Applications do GNOME vem com muito poucas aplicações disponíveis, se comparado a de outras distros live-cd. O item acessórios inclui apenas um descompressor de arquivos, a calculadora, o mapa de caracteres, o dicionário do GNOME, o GEdit e a ferramenta de tirar screenshots. No item gráficos, temos, surpreendentemente, o Gimp e o Gtumb.


Mozilla Firefox no CentOS


O menu Internet traz apenas três itens: o navegador Mozilla Firefox, o cliente de mensagens instantâneas Pidgin e o cliente de e-mail Thunderbird. O live-cd do CentOS não vem com o Evolution, que já é um tradicional cliente de e-mail, conhecido por ser muito pesado. Mesmo sabendo que a distro tem foco na estabilidade, é importante notar que a versão do navegador que vem instalada é a 3.6.9, o que pode trazer alguns incômodos para certos usuários, em especial àqueles que dependem do suporte aprimorado ao HTML5 e ao CSS3 que as versões 4 e 5 do navegador oferecem. - na verdade, o Wordpress acabou de sugerir que eu o atualizasse, mas aparentemente está tudo bem A versão do Pidgin é a 2.6.6.5-el6.


Finalmente, o menu Multimedia tem o gravador de discos Brasero o programa de webcam Cheese e o tocador de mídia Totem que, evidentemente, vem sem os plugins para músicas em MP3 e vídeos em formato proprietário.


Para os fãs do ambiente KDE, a distribuição oferece a versão 4.3.4 do ambiente. Caso você tenha baixado o(s) DVD(s), basta selecioná-lo nas opções avançadas de instalação, mas caso tenha instalado o sistema a partir do live-cd, será necessário baixá-lo da Internet.


E, como você deveria estar imaginando, o live-cd do CentOS não vem nem com o OpenOffice nem com o LibreOffice. Isso é algo esperado, visto que servidores geralmente não vem com uma suíte de escritório. Felizmente, nos repositórios padrão, temos disponíveis o BrOffice.org e o OpenOffice.org, ambos na versão 3.2.1, mas em último caso, você pode baixar os RPMs do LibreOffice no site da TDF.


Para os amantes do modo texto, o CentOS vem com o Vim 7.2.411. A versão do Bash é a 4.1.2. O kernel que dá vida à distribuição é o 2.6.32-71. É o que disse antes: eles vão pegando apenas as correções dos kérneis mais novos e adicionando ao código desse.



Compatibilidade


A compatibilidade é um tópico a ser analisado com calma. Mesmo sendo repetitivo, gostaria de lembrá-los que o foco principal do CentOS são servidores e estações de trabalho - e nao notebooks como o meu Acer Aspire.


Dito isso, não é possível dizer se a compatibilidade é um ponto positivo ou negativo: são os dois. Como pontos positivos, podemos citar os fatos de a distro ter reconhecido a resolução da tela automaticamente sem qualquer intervenção, além de minha multifuncional HP: ao conectá-la, já estava me preparando para acessar o CUPS via navegador quando, qual não foi minha surpresa, surge uma notificação no lado superior direito da tela informando que a mesma já havia sido detectada e estava pronta para uso, inclusive com um link que se oferecia para imprimir uma página de testes! Além disso, a placa de rede e o pendrive foram detectados sem problemas. A webcam funcionou sem problemas e eu até gravei um vídeo (cuidado com os pesadelos). O som também funcionou e, inclusive, quando eu iniciei o CentOS com o monitor externo ligado, o sistema logo tratou de estender a área de trabalho para ele, acertando inclusive a localização do mesmo, que estava à direita (Ok, essa última parte foi uma feliz coincidência, não tem como o sistema adivinhar onde o monitor está, visto que não há sensor de localização nele).


Mas também houve tropeços: como eu já estava imaginando, a conexão wireless não foi detectada - afinal, ela depende de um driver proprietário - e o trackpad originalmente funcionou de forma parcial: eu fui capaz de movimentar o ponteiro do mouse arrastando o dedo,  assim como rolar as páginas no scroll, mas não consegui clicar dando um toque rápido no dispositivo. Felizmente, após algumas pesquisas, descobri que era só uma questão de ir até o menu System - Preferences - Mouse, aba Touchpad e marcar "Enable mouse clicks with touchpad".


Esses detalhes, no entanto, não são motivo de preocupação, afinal existe uma vasta documentação na Internet que visa a auxiliar os donos de portáteis a fomentar a compatibilidade do CentOS com seus computadores. É só uma questão de passar algum tempo fazendo tarefas de pós-instalação. De qualquer forma, podemos dizer que a compatibilidade do sistema melhorou muito e está comparável a uma distro comum para usuários finais.



Assistentes de configuração


Mas o grande destaque do CentOS, sem dúvida, são os assistentes de configuração. Através dos atalhos do menu System - Administration, você pode gerenciar facilmente vários aspectos de seu computador ou rede sem precisar abrir a linha de comandos (mas que graça tem isso?).


O primeiro item é uma interface para adicionar ou remover programas:


Adicionar ou remover programas


Na primeira vez em que eu rodei o sistema, a janela estava em branco, pois a lista estava sendo atualizada. Algo interessante que percebi é que, logo ao abrir o programa, o mesmo começou a atualizar as listas de pacotes, sem ao menos pedir minha autorização para isso. Ele continuou atualizando mesmo após eu fechar a janela. Foi um deslize, mas não desmerece a ferramenta. Mas, depois, eu dei um yum update no terminal antes de abrir a ferramenta e, enfim, ela foi preenchida. O assistente é bem organizado e tem várias opções divididas em categorias.


Falando em updates, também há um item o qual lhe permite decidir quando o sistema irá verificar por atualizações:


Updates


Só não sei se estava desabilitado por ser em um live-cd, mas a opção de deixar o usuário decidir se deseja verificar pelas atualizações quando estiver usando uma conexão mobile é muito bem-vinda.


Já se você é daqueles que morre de medo só em ouvir falar em configurar o Iptables, olhe o assistente de configuração de firewall:


Assistente de Firewall


Configurar os serviços que rodam na máquina também é tarefa fácil:


Serviços


E os usuários e grupos...


Usuários e grupos


Há, ainda, um outro item, chamado "Kernel crash dumps", que só funciona quando o sistema é instalado no disco rígido, que é uma interface para um recurso criado pela Red Hat o qual tem por objetivo impedir a ocorrência de kernel panic ou de erros similares.


Entendeu agora por que dizem que se você aprende Slackware você aprende Linux e se você aprende Red Hat você aprende Red Hat? (cabe lembrar que conhecimentos de linha de comando são necessários para passar nos exames de cvertificação da empresa supracitada)



A instalação


Eu instalei o CentOS no VirtualBox. O instalador é o já tradicional Anaconda e deve ser bastante familiar para quem já instalou o Fedora, mas se você quiser o modo gráfico de instalação, será necessário ter pelo menos 1GB de RAM instalados. Sem isso, a instalação corre em modo texto.


O instalador tem altos e baixos. Para começar, ao iniciar o processo de instalação a partir do menu de boot, vocêtem a oportunidade de escolher o idioma da instalação; Já ao iniciá-lo a partir do ambiente live-cd, o instalador assume que você quer usar o idioma atual - neste caso o Inglês - para a instalação e não te deixa escolher outro. Outro ponto negativo é o fato de que iniciando o instalador a partir do ambiente live, ele não mostra a opção de cancelar o processo, ou seja, se você quiser desistir, terá que ir para o modo texto e matar o Anaconda - visto que o mesmo é em tela cheia - ou recusar a licença do sistema.


Fora isso, ele oferece várias opções de particionamento, como utilizar o disco inteiro - onde o sistema é instalado em Ext4 -, apagar apenas as partições Linux, redimensionar as partições existentes ou fazer o seu próprio esquema. A instalação em si é bastante rápida, pois consiste apenas em copiar os conteúdos do live-cd para o disco rígido e fazer alguns ajustes, não baixando nada da Internet durante o processo.


Ao iniciar o computador (ou VM) pela primeira vez após concluir a instalação, entra em cena o Agente de Configuração. A primeira parada é a exibição do contrato de licença do CentOS. Basicamente, o contrato diz que a distro vem sem nenhuma garantia e que a distribuição como um todo é lançada como GPL (sem dizer a versão) mas que pacotes individuais vem com suas próprias licenças. A seguir, é hora de criar seu usuário no sistema. A tela também suporta opções de autenticação via rede e avançadas. A seguir, configure a data e a hora e, por último,é hora de configurar o KDump, que é um mecanismo de despejo de falhas no kernel que cria um "relatório de erros" para as falhas com informações do sistema, mas acredite: 1GB de memória não é suficiente para utilizar a ferramenta!


Algumas coisas estranhas que aconteceram após o primeiro boot foram: o ícone do Thunderbird, no painel do GNOME, deu lugar a um chamado "Preferred mail reader - send email" e, além disso, o sistema perdeu sua bela splash screen, iniciando com as barras em modo texto e finalizando com o dmesg. Não sei se é por causa da máquina virtual ou se é porque eu escolhi a opção de instalação no menu de boot, que não tinha splash, mas vou ver isso depois. Além disso, após instalar o sistema através do menu de boot, o mesmo já fica em Português do Brasil.



Segurança primeiro


Diferentemente das distros tradicionais, que visam a oferecer a maior comodidade possível ao usuário, o CentOS tem um grande enfoque na segurança que se mostra tanto através da presença de pacotes como SELINUX quanto através de pequenos detalhes, como após instalar o sistema você ser trazido à tela de login do GDM que não permite login automático, e a proteção de tela, que também exige a digitação de uma senha para ser encerrada.



E os servidores?


Eu fiquei uma boa parte do artigo dizendo que o CentOS é indicado para servidores, mas que aplicativos de servidor ele oferece? Bem, lá vão alguns exemplos disponíveis para instalação através do Add/Remove Programs: PHP 5.3.2,  Apache 2.2.15 (que já vem instalado, mas não habilitado!) MySQL 5.1.52, PostgreSQL 8.4.7, além de várias ferramentas de virtualização, do servidor de FTP VSFTP 2.2.2, do Samba 3.5.4, do Postfix 2.6.6 (novamente já instalado mas não ativo), programas para balanceamento de carga, para alta disponibilidade e muito mais a poucos cliques de distância.



Conclusão


O CentOS 6 é uma distro profissional voltada àqueles que querem uma plataforma estável, confiável e rubusta e que não fazem questão de ter as últimas versões dos programas instalados ou que ainda não querem o GNOME 3. Excluindo-se o navegador de internet, cuja versão defasada é um problema sério mas facilmente contornável, os programas disponibilizados darão ao usuário todo o poder do Linux. O nível de compatibilidade da distro está próximo das voltadas ao usuário final. Como ele consome, parado, cerca de 330MB de memória na versão 64-bit - e obviamente menos na 32-bit, ele é, além de tudo, uma bela alternativa para máquinas que já possuam uma certa idade.


Ainda falta, aos desenvolvedores do sistema, apararem algumas arestas, como por exemplo a possibilidade de se escolher o idioma no ambiente live - este só pode ser escolhido durante a instalação - e permitirem ao usuário cancelar o assistente de instalação quando utilizado no modo live de maneira fácil.


Não podemos compará-lo com o Fedora (mas talvez o Cleiton consiga, hehe), mas seria interessante traçar um paralelo entre o CentOS e o Debian ou o Ubuntu 10.04 LTS. Quem sabe em um próximo post?


Termino aqui este review pedindo que coloquem suas opiniões e dúvidas nos comentários. A partir da próxima semana, vamos começar uma série de artigos com dicas para deixar o CentOS mais amigável ao usuário final e a como fazer tarefas comuns nele. Até lá!

2 comentários:

  1. Muito bom!
    Vou instalar em dual-boot com ubuntu-lts no meu desktop.

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  2. Gostei muito a distro e estou utilizando neste momento...tive problemas com a placa wifi realtek rtl8191se mais encontrei em um fórum em inglês uma dica para usar um repositório extra e instalar o driver...

    o sistema ta redondo...!

    parece muito o fedora 12/13, a única desvantagem é não ter pacotes de personalização(mais da pra entender rsss)

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