quarta-feira, 30 de junho de 2010

Fazendo a transição: Trocando Windows por Linux

A transição de sistemas é, reconhecidamente, uma tarefa complicada. Não é fácil um usuário Windows largar o sistema e se adaptar a filosofia Linux e a maneira como o novo sistema realiza as tarefas. Além disso, existe a mudança de aplicativos. Nesse post irei tratar exatamente dessa transição, utilizando-se de softwares livres que tem versão também para o sistema do Tio Bill.

Para entender esse processo, você precisa lembrar que não é nada agradável ser "largado" no Linux de qualquer maneira. Isso traumatiza o usuário e faz com que o mesmo não volte por livre e espontânea vontade ao pinguim. A ideia principal é trocar os aplicativos que ele utiliza pelos mesmos utilizados na maioria dos sistemas GNU/Linux. Se o usuário começar a utilizar diariamente no Windows aplicativos como Firefox, OpenOffice, aMSN, entre outros vai sentir muito menos a transição quando for utilizar o Linux que um usuário que era acostumado a utilizar o Internet Explorer, Office e Live Messenger.


Navegadores


O área dos navegadores ou browsers é o mais fácil para se adaptar. Grandes navegadores já tem versões para o Linux, como o Opera, Google Chrome e o Firefox. Na questão de menor diferença, o Chrome e o Opera saem na frente, uma vez que o Firefox além de ter um visual diferente no Linux, também conta com extensões que só funcionam no Windows, o que pode acabar deixando o usuário "na mão" numa possível troca.

De qualquer maneira, o Firefox continua sendo a opção mais prática para essa transição. Presente em 9 de cada 10 distribuições Linux, o navegador do Panda Vermelho (???) é ainda o mais famoso software livre para Windows. Da última vez que eu testei o Chrome no outro sistema, eu achei meio peixe fora d'água e o Opera nunca me agradou.

Links:

http://br.mozdev.org/
http://www.google.com.br/chrome
http://www.opera.com/download/

OpenOffice


Em termos de aplicativos de escritório, o maior - e creio que único - software livre que tem versão para Windows é o OpenOffice. Maior concorrente do Office, a suíte da Oracle já é adotada em muitas empresas é a responsável pela divulgação do padrão ODF (Open Document Format), uma das grandes alternativas - senão a única - ao formato DOC , praticamente padrão atualmente.

A suite conta com um editor de texto (Writer), uma planilha (Calc), um editor de apresentações (Impress), além de outros aplicativos como o Base (para banco de dados) e o Draw (negócio meio indefinido... XD). É um download quase obrigatório.

http://www.openoffice.org/

Messengers


Uma das grandes ausências do Linux. É díficil aceitar que ainda não temos um aplicativo que esteja visualmente ao nível do Live Messenger. Entre as opções disponíveis, temos a opção entre o Emesene e o aMSN. Ambos não tem o apelo visual do programa da Microsoft, mas são funcionais e cumprem muito bem o seu papel.

O Emesene é um aplicativo escrito em PyGTK, que teve uma versão recentemente lançada com grande colaboração da comunidade. Na nova versão, funções importantes, como suporte a WebCams, foram adicionadas. É a opção mais recente e estável.

O aMSN é escrito em python, mas se utilizando de uma linguagem mais simples.  A base do programa é bem mais antiga, e a única coisa que salva o visual do programa é o suporte a temas. Mas em termos de funcionalidade, ainda é uma das melhores opções disponíveis.

http://www.amsn-project.net/download.php
http://www.emesene.org/download.html

Conclusão


É claro que a troca de sistemas não é algo tão simples. A troca de programas proprietários por softwares livres multiplataforma é apenas um passo. A mudança visual também é muito forte, além do suporte a certos tipos de hardware. Um LiveCD como o Ubuntu ou o Fedora serão boas ferramentas de transição, para serem testados antes de instalados.

Outra coisa a se observar é o uso que você irá dar a sua máquina. Se você deseja apenas jogar em seu computador, a melhor opção ainda é o Windows. Aplicativos como o Wine e o Cedega ainda não substituem a plataforma original e você pode acabar tendo problemas. Se você precisa de funções específicas de aplicativos como o Photoshot, o Corel Draw, o Dreamweaver, entre tantos outros que tem versões exclusivamente para o Windows, o melhor é ficar no sistema proprietário mesmo.

Utilizando-se de aplicativos multiplataforma, a transição Windows -> Linux fica muito mais fácil, falo por experiência própria. Após utilizar software livre por um tempo, a mudança passa a ser praticamente visual, porque em 90% dos casos o GNU/Linux não deixa nada a desejar em relação ao sistema proprietário.

16 comentários:

  1. Com certeza a transição entre SOs não é uma tarefa muito fácil!
    Lembrando também a questão da instalação de pacotes tar, tar.gz e tar.bz2 que deixa os novos usuários loucos!
    A melhor maneira de migrar ou migrar parcialmante (já que muitos aplicativos necessários para o trabalho não existem no linux ou os que existem não são confiáveis para serem usados em produção) é ir aos poucos e aos poucos aprendendo e percebendo as vantagens de usar Linux.
    Como trabalho com áudio (edição e gravação) não utilizo linux no trabalho...também por usar softwares "de prateleira"...mas para o resto das tarefas só uso linux!

    Ah só mais uma coisa que acho q seria interessante citar na área do "Messenger" é o Pidgin. Depois de cansar do Amsn só uso o Pidgin e acostumei com ele por ser mais leve e prático que os outros.

    Parabéns pela postagem!
    Abraço
    Danilo Arantes

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  2. É verdade, faltou o Pidgin. Eu já utilizei bastante o Emesene e o aMSN, mas hoje utilizo o Empathy no Fedora 13.

    Obrigado pela presença!

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  3. Jerônimo Alves03 julho, 2010 06:06

    Esta é uma questão muito interessante, muito embora pouca novidade exista em cada artigo apresentado. A verdade é que simplesmente o Windows e Linux são dois Sistemas Operacionais distintos e sempre haverá aplicativos e qualidades que será próprio de cada um, muito embora se espera para um futuro próximo a interoperabilidade entre eles. Para o usuário que não necessita de aplicativos de produção de audio e designe, ou outro produzido especificamente para o windows, sem dúvidas o Linux será a opção mais sábia e segura. Sempre fui usuário do Sistema Proprietário, mas após conhecer o linux, percebi que neste sistema exite a liberdade, praticidade e qualidade, jamais encontrada no outro sistema; Se os poucos software que não estão presente no Linux forem produzidos para o mesmo, será o fim do Tio Sam.

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  4. Adilson Santos da Rocha03 julho, 2010 07:21

    Cleiton, Falando um pouco mais "corporativamente" essa mudança depende de empresa para empresa seu software de gestão (ERP) e a política de TI da empresa. A maioria dos usuários utilizam, navegador, office, msn, programa de email e mais alguns aplicativos.
    Essas categorias de softwares são bem servidas de softwares livre, mas num processo de transição deste o sucesso depende do planejamento, de deixar claro aos usuários o que será feito, treinamento, e uma postura bem definida da diretoria.

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  5. O aMSN é feito em TCL/TK

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  6. Ótima postagem; você escreve bem e traz conteúdo novo para seu blog. Parabéns!, precisamos muito disso.

    Uma ressalva: é melhor usar o Chromium, projeto open source por trás do Chrome, por uma série de questões legais e de privacidade. O Chrome faz tracking do uso do navegador e vem com uma EULA assustadora.

    Mais sobre o assunto aqui: http://www.techdrivein.com/2010/05/why-cant-we-all-use-chromium-instead-of.html

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  7. Esse negócio de transição é um problema. Se a pessoa não quiser --- o que é a maioria dos casos --- não haverá argumento que funcione contra ela. Pra dizer a verdade, até mesmo instalar esse programas e pedir pra ela usar e se acostumar não será possível. Eles simplesmente vão te ver como um fresco querendo impor sua maneira de encarar as coisas na vida deles. E não.. não adianta pensar que é possível contornar o problema. Você só consegue mudar pessoas que já são usuários de software livre em potencial e a maioria não o é.

    Se existe alguma maneira de se popularizar o software livre, com certeza não será tentando conscientizar as pessoas dos benefícios, filosofia e blábláblá. Isso, na maioria das vezes, não é muito diferente de querer fazer uma pessoa mudar de religião.

    Creio que o poder de persuadir uma pessoa está no marketing de um produto, quer ele seja bom ou ruim, O que importa não é o que o produto é, mas o que ele aparenta ser e aparência é objeto mesmo da publicidade e nisso o software livre peca feio. Parece que as empresas que poderiam não investem em marketing. Nunca vi um comercial na TV, jornais ou qualquer meio de comunicação que de fato atinja as grandes massas.

    Isso deveria acontecer. Fazer parecer que está na moda, que todo mundo usa, que você por não usar é um ET, associar a imagens de mulheres (se achar que seu maior público podera ser homens) ou que é atrasado no mundo e todas essas frescuras que funcionam com pessoas pouco pensantes.

    Pensar dessa maneira é algo que me causa um certo desconforto, visto que o que gostaríamos era que a pessoa pudesse mesmo pensar e ser mais livre, mas parece que não é o que ela quer, mesmo que afirme o contrário.

    Mas sinceramente, espero mesmo que esteja muuuito errado sobre isso, mas não parece..

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  8. Luiz A. Meireles03 julho, 2010 08:14

    Parabéns pelo artigo.
    Realmente, a transição de sistemas é tarefa complicada, como na maioria da mudanças. Mudar de residência, trocar de carro, tudo isso tem sua complicação, principalmente se a melhora não é tão sensível. Um usuário Windows, que só conhece o Windows, ou um usuário Linux, que só conhece o Linux, terá dificuldades na transição para o outro sistema. A mudança de aplicativos é apenas uma das dificuldades, pois ela existe até mesmo dentro de um mesmo sistema. Sempre apreciei os utilitários da Microsoft pela política de tratamento das "interfaces" dos programas, isto quer dizer que, quando se conhece um sistema de menu de um programa MS fica muito mais fácil navegar e "descobrir" outras funções em um outro programa da MS, o que facilita o aprendizado. A MS sempre investiu em facilidade para o usuário, e daí um dos fatores de seu sucesso de público. Creio firmemente que qualquer SO que pretenda concorrer com o Windows deve levar em conta essa relação de simpatia e usabilidade com o usuário - principalmente com o iniciante, pois o usuário experiente vai estar mais preocupado com os recursos embutidos.
    Como você disse muito bem "..., você precisa lembrar que não é nada agradável ser “largado” no Linux de qualquer maneira. Isso traumatiza o usuário e faz com que o mesmo não volte por livre e espontânea vontade ao pinguim." É isso! Você foi direto ao problema. Muitos usuários Linux acham que é uma obrigação largar os "softwares proprietários" - leia-se Windows - e estudar até queimar as raizes dos cabelos para ser um "livre" - leia-se usar Linux (GNU). Isso é errado. Ser livre é poder e ter o direito de escolher qual o SO que quer usar. Eu uso os dois e me sinto livre para usar o SO que quero e à hora que quero.
    Parafraseando Sócrates, o filósofo grego, antes de fazer a transição de um SO para outro é necessário se questionar se é necessário essa transição. Se a resposta for afirmativa então questiona-se qual a melhor formar de se efetuar essa transição. Nesse ponto você foi inspirado e inspirador: a ideia principal de trocar os aplicativos que se utiliza pelos mesmos utilizados na maioria dos sistemas GNU/Linux vai fazer mais fácil a adaptação e quando for utilizar os mesmos no Linux terá menos dificuldades.
    Eu, também, testei o Chrome no "outro" sistema, e, também, me achei meio peixe fora d’água e o Opera, também, nunca me agradou. Sem dores de consciência, uso o IE8 e o FireFox. Gosto dos dois. Assim como gosto Windows e do Linux. Seven e Ubuntu, lado a lado.

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  9. O aMSN é feito em TCL/TK


    Que é uma biblioteca gráfica básica do Python... XD

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  10. Elder Marcos, realmente, se a pessoa não quiser, não tem que faça ela vir ao Linux.

    Rafael, eu também preferia o Chromium, só que de uns tempos para cá eu simplesmente não o encontro disponível para download, não sei o que aconteceu. Mas fica a sua dica pra galera.

    Obrigado pela visita de todos!

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  11. Rafael, eu também preferia o Chromium, só que de uns tempos para cá eu simplesmente não o encontro disponível para download, não sei o que aconteceu. Mas fica a sua dica pra galera.

    Cleiton, o Tom "Spot" Callaway tem mantido um repositório para o Chormium na página dele no Fedora People. Inclusive, hoje mesmo (03/07/2010) ele atualizou os pacotes e usa até delta rpms, olha que maravilha!
    http://fedorapeople.org/~spot/chromium/F13/ . Está disponível para o Fedora 12 em diante. Espero que em algum momento entre nos repositórios do fedora de vez...

    Você pode criar um arquivo chromium.repo, colocar em /etc/yum.repos.d/ e adicionar esse conteúdo:


    [chromium]
    name=Chromium Test Packages
    baseurl=http://fedorapeople.org/~spot/chromium/F$releasever/
    enabled=1
    gpgcheck=0


    Depois fica simples:

    # yum install chromium

    Acho que vou colocar isso no Wiki do Projeto Fedora Brasil. :-)

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  12. Boa dica, Elder Marco. Realmente não conhecia esse repositório para o Chromium.

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  13. Eduardo Pereira04 julho, 2010 06:43

    Parabéns Cleiton pela postagem. Matérias como esta só ajudam realmente na migração ou adaptação para o Linux. Vejo que pelos comentários existem vários conhecedores de linux e não poderia de deixar meu pitaco. Acrescente apenas na área do OpenOffice que existe sim, mais opções livres de "suites para escritório" entre elas o Lotus Sinfony da toda poderosa IBM e também o SoftMaker, também muito bom, me impressionou ambas suites. Porém se não realmente "softwares livres", na concepção da palavra, lembro que a 1ª suíte é completamente "free" e a 2ª sim, esta é paga, mas mesmo assim são também dois concorrentes de peso.
    Ah... e por falar em navegador, de uma nova oportunidade de adptação para o Opera, na última versão 10.60, ele está demais, tanto para Linux como para Windows. Seguem links:
    http://symphony.lotus.com/software/lotus/symphony/home.nsf/home

    http://www.softmaker.com/brasil/

    Ah... também ia me esqueçendo todas as suites compatíveis com as extensões da mais nova suite da Microsoft o Office 2010, páreo duro.

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  14. Eduardo, primeiramente obrigado pela visita. O Lotus tem versão pra Linux? Eu não sabia, de verdade e não consegui fazer o download no ise deles, só dá erro de servidor.

    Sobre o Opera, eu já testei a versão 10.60 e mantive minha opinião... XD

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  15. Eduardo Pereira04 julho, 2010 07:34

    Tem sim Cleiton e pra falar a verdade a versão beta em inglês, está ainda melhor, apesar de pequenos bugs, mas muito estável por ser um beta. Você tem razão quanto a dizer das dificuldades em baixá-la, pois tem que fazer antes um cadastro junto a IBM, mas vale a pena e a softmaker quando em estágio beta foi disponibilizada gratuitamente para betatester e me surpreendeu muito. Se houver necessidade fique a vontatde para contatos por e-mail.
    eduardo.pereira.silva@gmail.com

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  16. Eduardo, obrigado pelas informações. Era por isso que o download não funcionava, precisa de um cadastro. Assim que tiver um tempo livre eu vou testar sim o Lotus.

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