sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Bioarmazenamento, até onde ele pode nos levar?

Segunda feira foi publicado no Discovery News que um grupo de cientistas de Hong Kong na China conseguiram armazenar informações no DNA da bactéria E Coli (que apesar de presente também no nosso organismo, a mesma é a causa de várias doenças). Tecnicamente os cientistas transformaram estas "simpáticas" bactérias em "Bio HD's", e só para se ter noção do poder de armazenamento das mesmas segundo o artigo, cada grama desta bactéria pode armazenar 450 HD's de 2000 GB cada. Segundo Aldin Yim um dos membros do projeto: "Isto significa que é possível manter uma gama de dados numa geladeira por exemplo" (tradução livre).




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Ainda por este mesmo método os cientistas afirmaram que é possível armazenar não apenas texto, mas fotos, imagens, vídeos (imagine o grande poder de destruição de uma bactéria infectada com o vírus da discografia do Restart). O bioarmazenamento é uma técnica relativamente nova, cerca de uma década de pesquisa, mas pode estar criando além de um pendrive vivo, um método de armazenar as informações para sempre, pois ao se replicar as bactérias levam consigo o DNA modificado. E ainda há outro ponto que outro membro do projeto Allen Yu cita: "As bactérias não podem ser Hackeadas". O que tornaria além de eternas, seguras, as informações gravadas nas E Coli, informações estas que ainda podem ser biocriptografadas, o tema é muito fascinante, complexo e ao mesmo tempo utópico, mas abre caminho para outras utopias também, as quais falarei um pouco abaixo.


Primeiro, o uso do bioarmazenamento é um pouco restrito por conta do poder destrutivo que tem o E Coli, uma olhada rápida na Wikipédia mostra 7 doenças, dentre elas Meningite, Apendicite, Infecção alimentar, Úlseras, entre outras, porém me veio a tona duas matérias da Revista Superinteressante (que está atrasada a dois meses ¬¬) uma sobre genética e outra sobre aprendizagem por meio de chips implantados, o que me deu a liberdade de "viajar um pouco" neste tema.


Em maio de 2010 Craig Venter anunciou a criação de uma forma de vida sintética, para isto ele sintetizou o genoma de uma bactéria e a colocou no núcleo de outra, que passou a se comportar como a bactéria anterior, o que abriu uma possibilidade ímpar de modificação do genoma da mesma, vamos juntar isto ao armazenamento de informações na E Coli, é possível criar uma bactéria com base na E Coli, porém sem o seu poder "destrutivo" por meio de manipulações no seu genoma? Outra questão que surgiu a mente ao ler outra matéria da revista (a anterior que citei foi de setembro de 2010, pag. 59) esta de outubro de 2009 (pag.85) mostra as evoluções que podem ser feitas nas memórias dos camundongos por meio da inserção de chips em suas cabeças, segundo a matéria seria como: "Ter um HD externo conectado a mente". Mas como isto se encaixaria na noticia acima? Para isto vamos viajar mais um pouco: Por meio do armazenamento em uma bactéria criada sinteticamente com o genoma modificado, seria possível ao aplicá-la no cérebro tomando o lugar das nossas células de memória?


Fato é que não é mais Ficção científica e sim uma nova forma de ver o futuro que se torna fascinante a cada nova descoberta.

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