Julian Assange, fundador do polêmico site Wikileaks, está na embaixada do Equador no Reino Unido esperando para colocar os pés em território sul-americano e, (in)voluntariamente, causando grande comoção e crise internacionais.
Julian Assange é acusado de estupro na Suécia, país que quer sua extradição para que ele possa ser preso e interrogado lá, mas o jornalista acredita que o pedido do governo daquele país é apenas uma jogada para que ele seja levado aos Estados Unidos, onde responderia também pelos vazamentos de seu site.
Em 19 de Agosto, Assange discursou na janela da embaixada do Equador, em Londres, onde está há vários dias, atacando o governo dos EUA e solicitando que o presidente Obama cesse a "caça às bruxas" contra seu site.
A situação é delicada: como a embaixada do Equador é território equatoriano, a polícia de Londres não pode simplesmente invadí-la como faria com um prédio comum, apesar de eles terem ameaçado usar uma lei sua que cancelaria, temporariamente, o status de embaixada do edifício.
Mesmo assim, para chegar ao Equador, Assange precisa, primeiro, ir para um aeroporto e, ao pisar fora da embaixada, ele poderia ser preso pelas autoridades locais. Uma solução extrema encontrada seria a de encaixotar (literalmente) o jornalista e despachá-lo para o país como uma encomenda diplomática que, pelas leis internacionais, não pode ser violada. O Equador, diante desse empasse diplomático, poderá apelar para a Corte Internacional a fim de chegar a uma solução com as autoridades britânicas.
O grupo de hackers Anonymous já iniciou a #OpAssange e está disparando ataques de negação de serviço a vários sites do governo britânico. Ironicamente, o Equador, país para o qual o jornalista pediu asilo político, se prepara para extraditar um blogueiro bielorrusso que vive no país e denunciou atos de corrupção que envolviam o presidente de sua nação. Parece que nem tudo é perfeito, afinal.
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