quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Empathy: Quem é o messenger que está derrubando o Pidgin?





Muita gente diz que o primeiro passo para o sucesso em qualquer lugar é ter "padrinhos" poderosos. É assim na política e no mundo dos softwares (não no nosso Brasil...). Imagine você criar um messenger para Linux, um entre tantos outros, e ser apadrinhado pelo projeto Gnome. Depois disso, imagine que o seu projeto é escolhido para substituir um dos mais renomados softwares do seguimento em duas das maiores distros Linux. Imaginou? Bom, é mais ou menos assim que os desenvolvedores do Empathy estão se sentindo.



Dúvido que você tenha ouvido falar de Empathy há seis meses atrás. O projeto apareceu tão rápido, já como novo messenger multiprotocolo do Ubuntu Karmic (9.10) e do Fedora 12 substituindo um dos softs mais respeitados do meio que é o Pidgin. Quando eu fui testar a versão dos repositórios do Jaunty, confesso que fiquei decepcionado, esperava um pouco mais de algo que teve um começo tão arrasador.


Acredito, porém, que os desenvolvedores do Empathy ficaram tão surpresos quanto nós pela aceitação tão rápida do programa. Tudo bem que boa parte do sucesso do Empathy vem da teimosia dos desenvolvedores do Pidgin em adicionar funções aclamadas pelos usuários como prioritárias, mas deixadas de lado por eles. É de se entender que uma distro do porte do Ubuntu necessite de um programa com desenvolvedores mais abertos a sugestões. Ainda mais num quesito em que o Linux ainda fica devendo tanto.


Outro motivo para o sucesso do aplicativo é o fato do Pidgin ser absoluto e único (ao menos eu não conheço outro) messenger multiprotocolo para Linux desde os tempos do Gaim. Esse fato, talvez, explique a tão falada teimosia (olha esse termo aqui de novo) dos developers. Não podemos esquecer que foi o monopólio que fez da Microsoft a gigante da informática e do Linux a opção gratuíta.


Falando do Empathy em si, algumas das funções e a própria estrutura do programa criam a possibilidade de expansão interessantes, no mínimo. Quando você está no Gnome e o screensaver entra, o Empathy muda o seu estado automáticamente para "ausente"; se o network-manager fizer a conexão cair e depois retomá-la, o messenger volta a se conectar automáticamente. Algumas das funções mais aclamadas, como suporte a webcam e microfone, estão nos planos dos desenvolvedores. Em termos de beleza, que é um dos grandes pontos fracos dos messengers para Linux, o Empathy também propõe uma solução muito parecida com a do Galaxium Messenger: suporte aos temas Adium (não sabe o que é? Visite: http://www.adiumxtras.com/ )


Para instalar o Empathy em distros baseadas no Ubuntu (ou no próprio), visite a página https://launchpad.net/~telepathy/+archive/ppa e adicione o repositório relativo a sua versão. Como estou no Big 5 Alpha 2, vou utiliza o repositório Jaunty. No terminal, digite:


sudo echo "deb http://ppa.launchpad.net/telepathy/ppa/ubuntu jaunty main" >> /etc/apt/sources.list
sudo apt-get update
sudo apt-get install empathy


Entendendo o comando acima:


> "sudo" dá poderes de super usuário ao comando, necessário para a instalação de programas e para a adição do repositório;
> "echo" é o comando para exibir uma mensagem no terminal;
> ">>" adiciona o texto do comando "echo" ao arquivo "/etc/apt/sources.list";
> "apt-get" é o programa que baixa e instala/remove arquivos no seu sistema;
> "update" é o argumento do programa "apt-get" para a atualização da lista de pacotes disponíveis;
> "install" é o comando para instalar pacotes com o "apt-get".


O sucesso do Empathy, no fim das contas, é fruto de uma ideia promissora, com algumas funções interessantes e outras importantíssimas para a maioria dos usuários ainda em planos. Não se pode negar, contudo, que a pouca abertura dos desenvolvedores do Pidgin a ideias novas (como uns temas para aquela interface pálida e morta do Pidgin ou o suporte a Webcam) foi um fator essencial para a rápida popularização do Empathy.

Um comentário:

  1. Umas das coisa que mais me faz gostar do Linux é a possibilidade de escolher, desde a distro até o messenger.Ao contrário do que se tem no Windows, onde existe "apenas" o Live Messenger (por exemplo), no Linux se tem várias opções.O Empathy realmente tem um aparência bem modesta, se comparado com outros, mas vem melhorando muito.Uma sugestão que se pudesse daria para os desenvolvedores seria, implementem funções que existem no Live Messenger, como vídeo, áudio e todo o resto, a maioria dos usuários usam o protocolo do msn, depois pensem em implementar vários protocolos. Alguns amigos meus se queixam do Pidgin (por exemplo), por não oferecer as mesmas funções que o Live Messenger, conheço pouquíssimas pessoas que usam algum outro protocolo.

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