terça-feira, 23 de novembro de 2010

Exclusivo: testamos o Oracle Solaris 11 Express

Conforme foi noticiado pelo Guia do Hardware em 16 de Novembro, a Oracle finalmente lançou a primeira versão do famigerado Solaris 11 Express, que veio para substituir o defunto OpenSolaris, criado pela empresa adquirida pela turma de Larry Ellison. Como não poderia deixar de ser, nós, do Espaço Liberdade, testamos o novo sistema com exclusividade e vamos mostrar os pontos positivos e negativos do mesmo. Uma das polêmicas envolvendo o sistema é a decisão da Oracle de acabar com o OpenSolaris e substituí-lo com o Solaris 11 Express, que possui uma licença de uso mais restritiva. Como ele se compara ao GNU/Linux? Como é sua compatibilidade? Será que ele está pronto para entrar no computador dos usuários finais?

Comandos parecidos, mas não iguais!


Um ponto que deve ficar bem claro para quem é usuário de Linux e está chegando agora no mundo Solaris é a compatibilidade entre os comandos do sistema. Como já sabemos, o Linux é um sistema operacional Unix-Like, é um clone do Unix; já o Solaris é um verdadeiro Unix.

Embora, por causa disso, a linha de comando dos dois seja extremamente parecida, elas não são as mesmas: comandos como cp, ls e mv têm uma implementação distinta daqueles pertencentes ao conjunto de utilitários GNU. Na prática, isso quer dizer que alguns comandos do Solaris possuem parâmetros diferentes dos do Linux, ou não possuem alguns ou, ainda, alguns comandos comuns do Linux - como free, conforme eu descobriria posteriormente - não estão presentes no Solaris. Como exemplo, o comando tar, usado para fazer backup e compressão de arquivos, no Solaris, não aceita a opção -z, o que significa que você não pode comprimir diretamente um conjunto de arquivos através deste utilitário: primeiro, você deve utilizar o tar para uní-los e, depois, o gzip para comprimí-los.

Além disso, algumas pastas na estrutura de diretórios possuem nomes ou funções diferentes entre os dois sistemas. Também, o shell padrão do Solaris é o sh e não o Bash. Esses pontos devem ser esclarecidos porque um shell script feito para um ambiente Linux pode ter um comportamento anormal se for simplesmente rodado neste outro sistema. (Cabe lembrar que os utilitários GNU estão disponíveis para download e começam com a letra g, exemplo: gtar) Durante minhas pesquisas, tive a sorte de encontrar o e-book Linux to Solaris Administrators Guide, que explica essas sutis diferenças e é leitura obrigatória para marinheiros de primeira viagem. Cabe lembrar aqui que, nove anos antes de Linus Torvalds começar a desenvolver o kernel Linux, a Sun já vendia suas estações com Solaris - na época, chamado de SunOS, nome hoje dado ao kernel -, ou seja, esse sistema já é mais maduro e tem mais tempo de estrada do que o pinguim.

A máquina de testes


Já existe um vídeo no YouTube mostrando como instalar o sistema. No entanto, tal instalação ocorre em uma máquina virtual. Aqui, vamos chegar mais perto da realidade, testando o Solaris 11 em um computador real: o meu, que eu estou desde o início do ano passado para trocar e nunca tenho tempo (leia-se: dinheiro). As configurações são modestas, conforme pode-se ver no quadro abaixo:


  • Processador

    • Modelo: AMD Athlon XP 2200+

    • Clock real: 1800 MHz

    • Número de cores: 1

    • Plataforma: 32-bit



  • Memória

    • Quantidade: 1 GB

    • Barramento: DDR 266 / PC2100

    • Marca: Genérica



  • Disco rígido

    • Marca: Seagate

    • Tipo: IDE

    • Capacidade: 40GB



  • Placa-mãe

    • Marca: PC-Chips

    • Modelo: M810DLU

    • Chipset: SiS



  • Monitor

    • Marca: LG

    • Modelo: Flatron W1943C

    • Tamanho: 18,5" widescreen

    • Resolução: 1360x768



  • Impressora

    • Marca: HP

    • Modelo: F4280





Excluindo-se o monitor, que foi comprado devido à queima do anterior, o PC já é bem modesto para os padrões atuais e compara-se a um netbook. A principal razão que levou-me a testar o sistema diretamente nele é o fato de o mesmo exigir um mínimo de 512MB de RAM para ser executado - dá pra ver que seria uma tragédia se eu o rodasse no VirtualBox.

Primeiro ponto negativo: a licença de uso - restritiva e confusa


Como todos sabem, a licença de uso do sistema é bastante restritiva, se comparada à da versão anterior. Além de restritiva - é proibido distribuir o sistema a não ser pelo meio de download oficial ou criar qualquer outri sistema baseado nele, por exemplo -, ela é um pouco confusa.

Citando o Guia do Hardware, "os usos permitidos são para desenvolvimento, teste, prototipagem e demonstração das suas aplicações. Para outros casos deve-se contatar a Oracle"; ou seja, você não pode usá-lo em sua empresa, para isso, é necessário contactar o setor de vendas da Oracle e adquirir uma licença.

Outro ponto polêmico diz respeito aos usuários domésticos: a lista de usos permitidos simplesmente não menciona nada relacionado a instalar o software para uso pessoal em seu computador: não sabemos se o usuário doméstico pode usar o sistema gratuitamente em sua máquina ou se precisa comprar uma licença; Essa dúvida está presente, inclusive, nos comentários da notícia do GDH. Não sabemos, também, se essa restrição é porque esse Solaris 11 é um pré-lançamento ou se será definitiva.

Como estou baixando o sistema para testá-lo e fazer uma análise do mesmo, a utilização que farei está de acordo com os termos de sua licença. Na verdade, eu postei essa questão nos fóruns da Oracle e, até agora, ninguém respondeu.

UPDATE: Conforme este artigo do blog c0t0d0s0 (nome sugestivo, daqui a pouco você saberá por que), a licença da OTN realmente apenas cobre desenvolvimento, teste e demonstração; para qualquer outro uso, como utilizá-lo em seu micro ou como um pequeno servidor doméstico, você deve adquirir um contrato de suporte da Oracle, como qualquer outra versão do Solaris. Embora os comentários dos leitores digam que "o tempo de usar Solaris de graça para sempre acabou", eles próprios encontraram uma brecha: em um documento com FAQs do sistema, é dito que você pode usá-lo para testes, mas não é dito se há um limite de tempo no qual você pode ficar usando-o, nem quaisquer mecanismos que desabilitem o sistema após um determinado período; Assim, acho eu que basta você instalar o sistema em seu micro e dizer que está testando-o.

Segundo ponto negativo: o download


Conseguir baixar o dito cujo é outra epopéia. Primeiro, a Oracle oferece nada menos do que 3 opções diferentes de download, para SPARC e para x86, que são (tamanhos referentes à versão x86):

Text Install (479 MB): como o próprio nome sugere, um CD que permite instalar o sistema em seu computador ou servidor através do modo texto. Este disco instala apenas um ambiente de linha de comando, sem interface gráfica.

Automated Installation (311 MB): Destinado à instalação em clientes via rede, sem intervenção humana (nota: estou até agora me perguntando qual o nobre motivo que impediu a Oracle de colocar esta opção no disco Text Install).

LiveCD for x86 (687 MB): Acredito que esse não precisa de explicação; é o que vamos utilizar em nossa análise.

Versões USB: Ao final da página, estão disponíveis versões USB dos três discos na plataforma x86 para serem gravadas em Pendrive. Elas tem, respectivamente, 574 MB, 373 MB e 824 MB.

Repository Image: Além do sistema, está disponível para download a imagem de um DVD com um arquivo completo de pacotes de software, o que permite a configuração de um repositório de rede no qual os clientes poderão se conectar. O repositório é universal para SPARC e para x86 e está disponível em dois arquivos de 2 GB cada, os quais deverão ser mesclados através do comando cat, conforme instruções da própria página.

Bem, após você descobrir que precisa baixar a imagem Live-CD, você deve clicar em Accept license agreement e, quando você clica no link de download, é levado a uma página onde é necessário fornecer um login e uma senha para proceder à descarga. Como eu não tenho, resolvi me cadastrar.

O formulário pergunta absolutamente tudo sobre você, só esqueceram da cor da cueca; um detalhe é que um dos campos obrigatórios para preenchimento é o nome e o telefone da empresa para o qual você trabalha. E se você não trabalha? Eu botei o nome da universidade, se você quiser, coloque o nome do seu site ou invente uma empresa - mas a responsabilidade é sua, ok?

Da primeira vez que eu tentei me cadastrar, acredite se quiser, o teclado não funcionava no formulário. Importante: onde diz "nome de utilizador", coloque um e-mail válido; a senha do portal deve ter letras maiúsculas, minúsculas e números - tudo isso - e, em "Receber Comunicações", coloque "Não, Não quero participar". Detalhe: o formulário está em Português de Portugal.

Como o download apenas é realizado com o usuário autenticado na OTN, o mesmo deve ser feito pelo browser. No entanto, eu sei que um download de mais de 600 megas pelo Firefox fatalmente cairia no meio; logo, após alguma pesquisa, eu cheguei a esta página que ensina um truque que possibilita baixar o arquivo pelo wget, que é mais confiável (na verdade, graças aos maravilhosos serviços da Oi, o download também caiu quando faltavam 55 megas para o fim; felizmente, consegui continuá-lo).

O live-cd


Estrutura de pastas do live-cd do Solaris 11 Express

Conforme você pode ver na tela acima, o esquema de pastas no CD do Solaris é bem mais complexo do que os das distribuições de Linux: várias pastas que formam o sistema de arquivos inicial, como dev, boot, proc, tmp, entre outras, já estão presentes. O sistema em si está em um arquivo comprimido na raiz do disco, chamado solaris.zlib, o qual é expandido durante o processo de boot.

O boot: processador de 32 núcleos?


GRUB: Várias opções de boot

O menu do GRUB do live-cd do Solaris possui várias opções. A primeira faz o boot normalmente; a segunda, um boot com os drivers de vídeo VESA e a terceira em modo texto. A seguir, temos a opção de iniciar do primeiro disco rígido e, depois, mais três opções voltadas à conectividade e à acessibilidade: iniciar o sistema com o SSH habilitado, com uma lente de aumento ou com o leitor de tela Orca. Este é um exemplo o qual muitas distros Linux deveriam seguir.

Depois, é mostrada uma barra pontilhada sob o desenho de fundo e, a seguir, caímos na tela preta. Logo de início, uma estranha mensagem foi exibida:
NOTICE: System detected 32 CPUs, but only 1 CPU(s) were enabled during boot.

É claro que isso deve ser um erro ou detalhe que eles esqueceram de corrigir, afinal, se os processadores para desktop mais modernos tem 8 núcleos, não vai ser um Athlon XP de 2002 que terá 32.

Apesar disso, o sistema iniciou normalmente. 1 minuto e 49 segundos depois do início do processo, foi exibido o já tradicional menu de texto para a seleção, respectivamente, do idioma e do layout de teclado. Após mais alguns breves instantes, é carregado um desktop GNOME, familiar para usuários de distros como Ubuntu:

Desktop do Solaris 11 com Firefox aberto

Algo que eu achei desnecessário foi que, após selecionar o idioma Português, surge, quando a interface gráfica é iniciada, uma caixa de diálogo perguntando se o usuário deseja atualizar o nome das pastas pessoais, como Desktop, para o idioma local, seria Área de trabalho. Acho que isso poderia ter sido configurado automaticamente, mas a tradução é outro ponto positivo, pois programas, como Firefox, que geralmente vem em Inglês na maioria das distros live-cd, são carregados totalmente em nosso idioma (Update: a tecla . do teclado numérico não funciona e o dicionário PT-BR não vem instalado no Firefox).

Ponto negativo: cadê a senha de root??!!


Quando eu fui testar o gerenciador de pacotes, que você lerá logo abaixo, o sistema pediu a senha de root. Mas a grande pergunta é: que senha é essa? Sim porque, em nenhum momento do processo de download eles te informam de qualquer senha que você vai precisar. É claro que eu tive que pesquisar no Google essa informação. Então, anote aí: o usuário do live-cd se chama jack e a sua senha é jack; A senha do usuário root é solaris. Quando você instala o sistema no HD, a senha de root é modificada para a mesma senha do usuário, mas expirada, o que te força a trocá-la da primeira vez que for usar o su.

Ponto positivo: Programas instalados e gerenciamento de pacotes


O Solaris 11 Express vem com as versões mais recentes dos softwares mais populares. O menu Aplicativos do GNOME é bem organizado e conta com itens como o leitor de tela Orca, o leitor de PDF Evince, sincronizador de PDA, Navegador de câmera digital, o construtor de interfaces Glade (?), GParted, Firefox 3.6.10, Pidgin 2.7.2 e o cliente de e-mail Thunderbird, além do player de mídia Totem, entre outros. Para amantes do modo texto, ele vem com o ViM 7.2.308 e o Nano 2.0.9.  No menu Sistema - Preferências, temos um item para configurar placas nVidia e, curiosamente, o item Serviços, em Administração aparece duas vezes: a primeira, para controlar quais serão iniciados no boot e a segunda paraparar, iniciar ou reiniciar os em execução.

Erro no gerenciador de pacotes

Gerenciador de pacotes: interface intuitiva

Além disso, o Solaris 11 Express vem com um gerenciador de pacotes gráfico intuitivo e fácil de usar. Quando aberto, ele exibe uma mensagem de erro dizendo que não foi possível completar a operação em /var/pkg/ porque o sistema é somente leitura, erro este que desaparece uma vez que o sistema seja instalado no HD. Existe apenas um porém nisso tudo:

Ponto negativo: OpenOffice


O Solaris 11 Express não vem com o OpenOffice instalado. Nem ele, nem qualquer outra suíte de escritório. Também não consegui encontrar nada no gerenciador de pacotes procurando por openoffice.

Outras fontes de pacotes


Durante minhas pesquisas, descobri dois interessantes repositórios de pacotes para sistemas Solaris: o sunfreeware.com e o blastwave.org. Este oferece pacotes de programas comerciais e aquele é focado em softwares livres e open source. Eles não mencionam explicitamente o Solaris 11, mas considerando-se que o lançamento do sistema é muito recente, não é um grande problema.

Ponto positivo: Firefox e internet


Da primeira vez que testei o OpenSolaris através de um CD que pedi pelo correio, este não conseguiu se conectar à Internet, apesar de aparentemente ter encontrado minha placa de rede. Este problema, nesta versão, está resolvido, pois a conexão à Internet via modem roteador foi imediatamente reconhecida assim que o sistema foi iniciado. O vídeo mostrado no início desta análise mostra que o Solaris 11 também reconhece conexões de rede wireless. Assim, a conectividade não é um dos grandes problemas (apesar de eu não ter nenhum modem 3G para testar).

O Firefox, em sua mais recente versão, é um prato cheio para os usuários finais. Como dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras, veja a lista de plugins que vem instalada por padrão no navegador da raposa:

Plugins: Firefox está pronto para multimídia

Para desespero dos adoradores de Stallman, assistir a um vídeo no YouTube é tão simples quanto abrir a página, procurar o vídeo e clicar no link:

YouTube pode ser assistido diretamente do live-cd

Vale a pena, no entanto, ressaltar que todos esses plugins são instalados de forma legal e autorizada, diferente de muitas distros live-cd nacionais que apenas os inserem sem se preocupar com seus termos de redistribuição e de licença.

Ponto positivo/negativo: detecção e compatibilidade de hardware


Assim como nas versões anteriores, o Solaris 11 vem com um Utilitário de drivers de dispositivo, que mostra o que foi e o que não foi detectado:

O Utilitário de Drivers mostra o que foi e o que não foi detectado em sua máquina

Como você pode ver, as únicas coisas que não foram detectadas em meu sistema foram a interface de áudio MIDI (embora o som no YouTube tenha sido executado corretamente) e a game port (que eu nem sabia que tinha e acho até que não tenho.).

Quanto ao monitor, a resolução foi configurada corretamente e há, inclusive, um item no menu da área de trabalho que oferece acesso ao ajuste da mesma. O tradicional menu para modificar a aparência da área de trabalho está presente. O tema padrão é o Nimbus, mas personalizado (acredito que seja por causa do papel de parede) e há poucas opções de wallpapers: apenas o padrão da Oracle e o padrão do GNOME.

Apesar de o Utilitário ter dito que encontrou a impressora, ao ligá-la, não houve qualquer mensagem de aviso e a mesma também não apareceu na lista de impressoras disponíveis. Conforme desconfiei, foi possível adicioná-la manualmente através do localhost:631 e ela funcionou perfeitamente.

Outro ponto crítico foi a falta de compatibilidade com o pendrive e o HD.

Primeiro, eu percebi que o disco rígido não era exibido em nenhum lugar, nem no menu Locais nem em Computador. Depois, vi que, ao conectar um pendrive, seu ícone não é exibido automaticamente na área de trabalho. Meia hora de pesquisas depois, eu descobri algumas coisas interessantes - e sim, tive que usar a temida linha de comando:

Primeiro, o Solaris nomeia os discos de forma diferente do Linux. Enquanto que, no sistema do Pinguim, os discos ficam em /dev/sda1, onde a é o primeiro disco rígido master e 1 é sua primeira partição primária, no Solaris estes ficam em /dev/dsk e recebem uma nomenclatura de seis caracteres: meu pobre /dev/sda1 foi transformado em /dev/dsk/c7p0d1. Segundo, como se não bastasse isso, a sintaxe do comando mount é levemente diferente; em especial, se no Linux você especifica o sistema de arquivo através do parâmetro -t, como em mount -t vfat ... , no Solaris esse parâmetro é o -F - e o nome dos sistemas de arquivo também é diferente: o Fat16, usado em pendrives, por exemplo, é invocado pelo PCFS. (Essa diferença de comandos também me impediu de conferir quanto de memória o sistema estava usando, visto que o comando free não foi encontrado e não havia nenhum indicador na interface gráfica com essa informação) Logo, eu tive que usar o GParted, incluso no sistema, para saber o nome dos discos.

UPDATE: Após mais algumas pesquisas, descobri esta página com várias sugestões de comandos para verificar a memória disponível. Enquanto o comando prtconf | grep Memory mostra a quantidade total de memória instalada, o que funcionou para mim foi o já tradicional top, o qual informou que, sem nenhum programa em execução, mostrava "Memory: 992M phys mem, 513M free mem", ou seja, 479 MB sendo utilizados. Considerando-se que estamos falando de um live-cd, o consumo está na média.

Debalde meus inverossímeis esforços para acessar meu pendrive e copiar para ele as screenshots tiradas, ele simplesmente não foi reconhecido em nenhum lugar; o dmesg mostrava a mensagem "WARNING: /pci@0,0/pci1462,5470@3,3 (ehci0): Connecting device on port 4 failed" e não havia santo que permitisse a montagem do mesmo, mesmo após reiniciar o gerenciador de volumes removíveis com um "svcadm restart rmvolmgr" ele não funcionou. O mais estranho é que o GParted mostrou uma partição de uns 200 megas que, obviamente, não era o pendrive (mais tarde, descobri ser o CD). Como resultado, eu tive que compactar as imagens e enviá-las em um e-mail para mim mesmo.

Já o disco rígido foi reconhecido sem maiores problemas, a não ser por um pequeno detalhe: após muita pesquisa, eu descobri que o Solaris não consegue lidar com partições formatadas em ext4. De fato, o GParted mostrava a partição do Ubuntu como ext3 mas com um ponto de exclamação, dizendo que não foi possível ler seus dados. Minha tentativa de montá-la como ext3 também não deu certo.

O desligamento do sistema é outra pérola: ao mandar desligar, ele vai para uma tela de modo texto, inicia o X de novo, mostra o background da Oracle, volta para o modo texto e desliga a máquina, sem ao menos abrir o drive para você tirar o disco.

Conclusão


O Solaris 11 Express, antigo OpenSolaris, evoluiu muito desde a última vez que o testei e está oferecendo cada vez mais comodidades e facilidades ao usuário final; no entanto, ainda não está pronto para substituir totalmente o Linux em nossos desktops, pois peca em pequenos detalhes, como a compatibilidade com discos e dispositivos, sobretudo os USB. Vemos também, que a própria página da Oracle refere-se ao sistema como para utilização em servidores e por usuários corporativos. A empresa negligencia a existência dos usuários finais e domésticos.

Como alternativas livres ao mesmo, temos o Nexenta e o projeto OpenIndiana, que estará disponível até o primeiro semestre de 2011.

Gostaria, agora, que vocês tecessem seus comentários e convido quem tiver um hardware mais atual a repetir os testes e a compartilhar suas impressões.

13 comentários:

  1. Até que enfim um review bem informal sobre distros, gostei!

    Já testei o Opensolaris numa máquina com 512 de Ram, e o sistema foi MUITO lento, não tive paciência, só consegui usa-lo por meros 12 minutos, depois instalei o Debian no lugar, e depois o Ubuntu, no qual estou atualmente (Sim, uso essa máquina até hoje!)

    Mais uma vez devo dizer: o seu review foi muito bom, essa coisa de marcar os pontos positivos e negativos, e seu jeito de escrever, faz a leitura mais confortável, ao invés daqueles reviews chatos, quase mecânicos, que vejo por aí.

    Darei uma sugestão, posso? Sugiro que, quando houver tempo, faça um review do Centos 6 (ainda não saiu, mas já está para sair, já que saiu o RHEL 6), pois com essa coisa de Ubuntu Unity e tal estou pretendendo migrar para o Centos no próximo ano, e já vi alguns vídeos dele, mas ainda não vi um review bem completo. Se você puder fazer, eu agradeceria muito.

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  2. esses nomes estranhos de disco são coisa de Unix mesmo. No HP-UX o padrão do nome das coisas é o mesmo.

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  3. Bem legal o seu review. Vejo o Solaris, pelos meus 13 anos de uso, como um S.O perfeito para empresas que necessitam de disponibilidade, suporte e estabilidade (em máquinas Sun claro (sparc) - agora oracle). Para empresas de médio e grande porte, o solaris sempre foi uma solução viável e compensadora quando se há recursos para adquirir a solução. Essas mesmas empresas a algum tempo vem descobrindo o linux (Redhat em especial) e enxergando diversas vantagens com o pinguim. Não me arrisco a dizer que usuários "Home Desktop" venham a ser um público que se interesse pelo Solaris. O Solaris em desktop, hoje, está muito bem para estudantes e entusiastas de ambiente Unix REAL (não digam que linux é Unix). Venho trabalhando em empresas de missão-crítica e que realmente o Linux veio para ficar, mas não deixaram o Solaris de lado. Ele vai muito bem, obrigado, e vai continuar por um bom tempo. Creio que com a Oracle, o Solaris de uma renascida e venha a se impor novamente como o bom, velho e viável SO que conheço a tempos. Não, não sou fanático pelo Solaris, sou usuário Unix e Unix-Like a mais de 17 anos (desktop/home/server/mainframes/dc) e sei o onde aplicar cada uma dessas soluções.
    Novamente, parabéns pelo review e ta indo para o famoso Ctrl+D
    =:D

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  4. Engraçado aqui os meus pendriver foram reconhecidos normalmente, todos da kingston.
    Minhas partições NTFS nem aparecem no gparted, fica como se o disco não estivesse formatado.
    o Teclado também evoluiu muito, pois pra passar pro ABNT2 no opensolaris de 2008/2009 era um sacrifício de tempo.
    Aqui eu uso uma mobo EP31-DS3L com E7200 e 4Gb de ram, sistema esta rápido, estável e leve.
    Já baixei o apache 2.2, php5, mysql para testar e estou com dor de cabeça, já que o Xampp não quer instalar dijeito maneira e colocar apache pra rodar é algo pra nerds bitolado :(
    Outro ponto negativo, não tem amsn para solaris, via compilação da erro, só resta o emesene que é python e roda legal.
    Acho que a Oracle fez isso para impedir que o SO seja usado para Desktop mesmo, por isso ela tirou openOffice e outras coisas além.

    Sobre o tópico, o seu inglês parece que foi traduzido pelo google :(
    Mas sim, a oragle está impedindo o uso para desktop, workstation só não vê quem não quer

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  5. Só uma pergunta, o kernel do Solaris é ou não é micro-kernel?
    ou seria híbrido?
    o que solaris tem que BSD não tem? na época do Slackware 9, todos meus amigos migraram pro FreeBSD alegando que seria melhor, estável e rápido, que o linux era como se fosse windows 95 (desculpe a comparação tosca, mas eles que diziam isso em rsrsrs) porque ambos eram monolítico e bla bla bla.
    Porque não usar o DesktopBSD para workstation? :)

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  6. Cara,

    Parabéns pelo post... muito informativo...

    To usando o Solaris 10... acho ele muito robusto... e troquei o tema dele pra um mais confortavel... pois o tema padrão é muito tosco.

    Baixei o Solaris 11, achei muito bonito... mas acho que tem frecura demais... ate parece um ubuntu, com aquelas animacoes.... a grande saca foi usar o Gnome aqui pois o Java Desktop ninguem merece... rsrsrs

    Mas por enquanto vou ficando com o 10 mesmo... mais tarde eu mudo se for o caso....

    Mais uma vez, parabens pelo post.

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  7. Gostei muito do tópico, parabéns. Bem claro e objetivo.
    Tenho algumas dúvidas ainda, eu estou instalando o solaris através do virtual box (que também é da Oracle).

    A senha do root não bate e o usuário jack não existe. Li toda a documentação do portal e mesmo assim não achei nada sobre o assunto (somente a senha solaris para o root foi mencionada).

    Não consigo editar o arquivo de senhas porque estou em uma máquina virtual (e não existe/consegui) tal procedimento. Você sabe me informar qual é a senha do root para o solaris express do virtual box? obrigado.

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  8. Quando você instala o Solaris Express em um HD, mesmo sendo virtual, é - ou pelo menos deveria ser - pedido que você crie um usuário para si no momento da instalação. A senha de root, então, passa a ser a senha deste usuário que você definiu ao criá-lo. O usuário jack é apenas o usuário da sessão no livecd. Se tiver problemas em recuperar a senha, tente estas dicas: http://docs.huihoo.com/opensolaris/system-administration-guide-advanced-administration/html/ch25s02.html

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  9. Vamos esperar as próximas versões pra ver como o sistema se desenvolve; além disso, em breve teremos o OpenIndiana. Só temos a ganhar!

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  10. Valeu pelo Tópico. tive aqui probleminhas, vou enumerar.

    1. consigo fazer download, após fazer login na oracle, em vez de abrir a caixa de download, aparecem um montão de caracteres;
    2. tentei também o truque com o wget, segui as instruções, resposta bad requisição.

    tem como dá uma ajudinha ai!!
    uma cópia pelo correio seria pedir de mais. rsrsrsrsr tô longe de ter uma boa net - Roraima no centro amazônico.

    abraçs..

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  11. Os caracteres são estranhos? Isso está parecendo um problema de MIME Type, onde o navegador está abrindo a imagem ISO ao invés de fazer download. Deve ser algum problema com o servidor da Oracle... Qual navegador você está utilizando? Já tentou clicar com o botão direito do mouse no link e mandar salvar o destino como?

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  12. Flavio H O Basilio09 fevereiro, 2013 16:41

    como configura wireless no solaris 11 ...ele até reconhece mas não conecta

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  13. If your vet gives you medication to take home and administer to your dog, be sure and ask for ideas on getting him to swallow it. Dogs differ in their tolerance of pills and badly-flavored liquids, so have a few tricks up your sleeve in case he resists. Getting a dog to take medicine is important, but often challenging.

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