Novo Ciclo de Desenvolvimento do Firefox: Um tiro no pé ou uma evolução?

Houve um tempo em que o Internet Explorer dominava. Durante esse domínio absoluto, surgiu um desafiante que, rapidamente, ganhou muitos fãs. Seu nome era Firefox, desenvolvido pela Fundação Mozilla. Durante muito tempo ele foi o maior concorrente do navegador do Microsoft. Mas, veio o Google Chrome e tudo mudou. O navegador da Mozilla começou a perder espaço, perder mercado para o novo concorrente.

A história do parágrafo acima, provavelmente, não foi novidade para você, leitor. O Google Chrome deu uma "sacudida" no mundo dos navegadores, passando o Firefox em algumas regiões do mundo. A resposta da Fundação Mozilla para essa perda de espaço foi um novo ciclo de lançamentos, mais curto que o habitual. A ideia era trazer novos recursos para as mãos dos usuários com mais rapidez. Mas será que foi a melhor decisão?

Não se enganem, eu sou colaborador do Projeto Fedora, uma distro que tem como objetivo inovação e que, por isso, seus lançamentos também tem um suporte relativamente curto se comparado ao de outras distribuições, cerca de um ano e um mês. Mas, até mesmo quem estava acostumada a esses lançamentos curtos, se surpreendeu com a velocidade do lançamento do Firefox 5 e, principalmente, com o curto espaço de tempo entre o Firefox 4 e 5.

Mas não é isso que me preocupa. Junto com o Firefox 5 chegou o fim do suporte ao Firefox 4. Isso mesmo, o suporte ao Firefox 4 durou apenas 3 meses. De acordo com os desenvolvedores, a correção de segurança do Firefox 4 é o 5. Isso pode parecer normal para um usuário doméstico, mas será que é tão normal num ambiente corporativo? Creio que não.

A preocupação principal que tenho é que o novo ciclo de lançamentos rápidos da Mozilla não consiga trazer de volta todos os usuários (eu, por exemplo, continuo no Chromium) e que ainda a faça perder espaço no mercado corporativo. Imagine dizer para seu chefe que é preciso baixar uma nova versão do navegador porque a antiga não vai mais ter correções de segurança? Imagine, além disso, que você o convenceu a usar a tal versão não mais suportada há três meses apenas? O resultado é o seu "filme queimado" e a imagem do Firefox em si arranhada.

Vejam, atualizações são importantes. Mas, em alguns locais, elas simplesmente não ocorrem. Recebi relatos quando o Espaço Liberdade utilizou o Akangatu, tema em HTML5 para Wordpress, de visitantes que não conseguiam visualizar a página corretamente porque a versão do Firefox instalado - numa faculdade, se não estou enganado - era anterior a 3.0. o.O

Eu, sinceramente, desejo toda a sorte do mundo para a Mozilla e o seu Firefox. O panda vermelho foi, aliás, um dos primeiros softwares livres que eu utilizei. No entanto, no presente, a superioridade do Chrome/Chromium ainda é sensível. A versão no Canal Aurora, o futuro Firefox 6, está excelente, mas ainda não é o presente, é o futuro. Se as escolhas da Fundação Mozilla foram certas ou erradas, só os números e os gráficos das próximas pesquisas dirão, mas a escolha para o Firefox foi, definitivamente, arriscada.