terça-feira, 15 de novembro de 2011

Review: Solaris 11

Meses após a liberação do Solaris 11 Express, que foi o substituto criado para o OpenSolaris, a Oracle finalmente lançou a versão 11 do Solaris, um dos mais sólidos e conceituados sistemas Unix disponíveis no mercado. Lançado na cabalística data de 11/11/11, ele é um sistema para profissionais e a prova de noobs - bem diferente da versão express que, agora, temos cada vez mais certeza de que foi apenas um preview do sistema em si e que certamente será descontinuado em breve.


Segundo o site oficial, a nova versão do Solaris foi construída com as aplicações em nuvem em mente, dispondo de recursos como o Oracle Solaris Zones e tecnologias de virtualização em rede. Além disso, ele é melhor para aplicações empresariais e tem mais de 4 mil novos recursos. A página de download oferece várias opções tanto para Sparc quanto para x86/x64: uma imagem ce cerca de 400 MB que faz a instalação em modo texto, uma ISO de cerca de 270MB que faz uma instalação automatizada pela rede, um live-dvd de mais de 800 negas e as imagens de repositórios offline, que juntas somam mais de 5 GB, além de versões para discos USB.


Como sempre, é necessário estar logado na OTN para transferir os arquivos. Talvez devido à pressão da comunidade, agora a Oracle disponibilizou um documento em PDF com perguntas frequentes que, entre outros, esclarece vários pontos da licença; Em resumo, existem duas formas de se obter o sistema: se você obter o Solaris no mercado aberto, então você poderá utilizá-lo por apenas 90 dias e, após esse período, terá que obter uma licença ao comprar o Oracle Premier Support for Systems; Já se você fizer o download via OTN, você obtem uma licença perpétua para usar o sistema para fins de teste, de desenvolvimento, de prototipação e de demonstração de aplicações. Neste caso, você não recebe suporte nem atualizações do sistema (similar à política da Red Hat) e, se quiser utilizar o sistema para outra finalidade, como em um servidor em ambiente de produção ou até mesmo em um servidor doméstico, você deve obter a licença.


A instalação da versão em modo texto começa com uma tela do GRUB que faz uma contagem regressiva de 3 segundos no qual você pode escolher qual terminal deseja usar. A primeira tela começa com a detecção dos dispositivos:


Detecção dos dispositivos na instalação do Solaris.


Aquim já se percebe uma das diferenças entre o Solaris e o Linux: a Oracle, subliminarmente, tenta passar uma imagem de formalismo e de tradição ao configurar o console com uma fonte serifada, similar à Times New Roman, em detrimento à fonte padrão dos terminais.


A integração com o VurtualBox foi automática mas uma das maiores críticas que posso fazer neste momento é que o sistema é realmente lento (minha teoria é que a Oracle configurou o sistema para não exibir muitas mensagens no boot). Demorou vários minutos para que todo o hardware da máquina virtual fosse detectado e ele passasse à tela seguinte, que possibilita a tradicional escolha do layout do teclado e do idioma:


Seleção do layout do teclado e do idioma


Na verdade, mesmo escolhendo o idioma Português do Brasil, a instalação correu em Inglês: apenas o sistema já instalado ficou em Português. A tela seguinte nos exibe um menu de 5 opções, no qual podemos escolher entre instalar o sistema, instalar drivers adicionais (para um disco SATA por exemplo), acessar uma linha de comando, mudar o tipo de terminal ou reiniciar a máquina.


Menu de instalação do Solaris


Após escolher a opção número 1, você é levado ao ambiente de instalação em modo texto, que lembra as telas dos programas para DOS da década de 80 (as imagens estão meio cortadas porque eu não havia percebido que o tamanho da tela era maior do que a janela do Virtualbox):


Tela inicial do instalador


Uma das características do instalador é que para avançar de tela é utilizada a tecla F2 e não Enter, o que pode fazer usuários experientes ficarem confusos: você seleciona uma opção com as setas e, para confirmar, pressiona F2. Caso o teclado não tenha as teclas F (o que é bem incomum hoje em dia), é possível utilizar combinações alternativas com a tecla Esc.


Após a tela de boas-vindas, chega a hora de particionar o disco rígido:


Particionamento de disco


Mesmo não aparecendo aqui, essa tela permite escolher em qual disco o sistema será instalado e se queremos utilizar todo o disco ou fazer um particionamento manual. A próxima tela permite definir o nome do computador e configurar a rede (ir até a opção e pressionar F2):


Configuração da rede


Na tela seguinte, você define a senha de root e cria um usuário comum:


Senha de root e usuário comum


A seguir, surge uma tela de confirmação e tem-se início o processo de instalação propriamente dito:


Instalação do Solaris


Aqui é necessário que façamos algumas observações: o processo de instalação é totalmente automático, consistindo apenas da cópia de uma imagem compactada no CD para o disco rígido. Diferentemente das versões anteriores do Solaris e das distros Linux, o usuário não pode escolher quais pacotes ele deseja instalar ou não.


Mas, ao menos na minha máquina virtual, a instalação não foi às mil maravilhas: quando a cópia dos arquivos chegou a uns 84%, o processo ficou extremamente lento. Com isso, fui tomar banho e, quando voltei, havia uma mensagem na tela informando que a instalação havia falhado. Resolvi fazer a instalação de novo e, dessa vez, o instalador ficou parado aos 99%, com a mensagem "generate-sc-profile completed", mas com atividade no disco rígido. Pouco mais de UMA HORA mais tarde, surgiu uma mensagem dizendo que a instalação foi, agora sim, concluída com sucesso. Ao reiniciar, mais uma vez um boot lento e caímos, finalmente, na tela de login:


Login no Solaris 11


Como você pode perceber, o Solaris 11 da OTN é apenas modo texto - o que é natural para um download de apenas 400 megas -, o que não significa que não seja possível, posteriormente, instalar uma interface gráfica.


Já de cara, vemos o primeiro problema: o sendmail, serviço responsável por enviar e-mails, atrapalhou completamente o processo de login por causa do nome do host que o próprio instalador sugeriu. Após conseguir logar, a primeira providência foi desabilitá-lo através do svcadm.


O shell padrão do Solaris é o Bash, o que torna-o mais confortável para usuários de Linux - ao contrário dos BSD's, que usam KSH e companhia. O sistema vem com uma grande variedade de utilitários de linha de comando, como o wget, ncat, sudo, vim e muito mais. Nos próximos artigos, vamos explorar esse novo mundo e tentar transformar o Solaris em um desktop. Até!

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