quarta-feira, 25 de abril de 2012

Compiz: moribundo ou ainda relevante?

Li ontem no blog Usemos Linux um artigo que questiona o presente e, principalmente, o futuro do projeto Compiz. Achei o ponto de vista do autor muito interessante e por isso decidi falar um pouco do assunto nesse post.



O Compiz foi um dos projetos mais interessantes já criados para o Linux como plataforma. Em tempos de desktop 2D, ele chegou com seu efeito de desktops em cubo, multiplas áreas de trabalho, transparências e muitos outros efeitos que muita gente adorava. Quem nunca exibiu seu Linux cheio de orgulho para um amigo abusando dos efeitos do Compiz para impressionar a pessoa?


Um dos principais argumentos de Pablo Castagnino para a "morte" do Compiz foi a recente saída do principal desenvolvedor do projeto. Além disso, segundo o autor, apenas o Ubuntu ainda o utiliza por padrão no seu Unity. Em tempos atrás , antes do Gnome 3 para ser mais preciso, o Fedora disponibilizava a opção por "efeitos visuais" com a ajuda do Compiz.


Eu tenho que concordar que o projeto perdeu importância nos últimos anos. Até o lançamento da nova versão do KDE e principalmente da nova versão do Gnome, os gerenciadores de janela dos mesmos, que são dois dos mais importantes ambientes gráficos atualmente para Linux, evoluíram bastante. O Kwin do KDE, por exemplo, faz praticamente tudo o que o Compiz faz, com a vantagem de necessitar apenas do mínimo de acelaração 3D da placa de vídeo.


O Gnome, por sua vez, trocou o Metacity, da versão 2.xx, pelo Muter nas versões 3.xx. Apesar de não ser uma obra de arte, o gerenciador de janelas do Gnome-Shell é bastante eficiente e com a recente novidade do suporte inicial para placas sem aceleração 3D conquistou muitos fãs.


Mas nem só de Gnome e KDE vivem os usuários Linux. Ambientes como Xfce e Lxde tem muitos usuários e o compiz convive muito bem com os mesmos e provê um gerenciamento de janelas bem melhor que o padrão. Eu, por exemplo, utilizo o Compiz como gerenciador no meu Arch Linux com Razor-Qt e funciona muito bem.


Penso que o argumento também falha ao dar um grande importância a saída do desenvolvedor principal. Ora, em projetos de código aberto chega a ser algo normal a saída de desenvolvedores antigos e a entrada de novos, afinal, é um trabalho voluntário e a agenda das pessoas muda entre os anos, assim como o interesse e a motivação. E um projeto importante como o Compiz ainda é pode e deve atrair novos desenvolvedores com certa facilidade.


Apesar de não chegar a ser a estrela que foi um dia, o Compiz ainda mantém bastante relevância. O git, por exemplo, não chega a estar abandonado, o último commit tem quatro semanas apenas. A lista de desenvolvedores está ativa, ou seja, tudo normal. Vida longa ao Compiz.

Um comentário:

  1. Cara, eu concordo com muito do que você disse, e ainda acrescento que o Linux Mint 13 Maya, vem com Mate, que ressuscita o Gnome 2.x, e que tem suporte para o Compiz. Nem precisamos dizer que o Linux Mint é, talvez, a distribuição mais popular do Linux, até ontem pelo menos.

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