quarta-feira, 13 de outubro de 2010

LibreOffice no Fedora: Instalação, Visão Geral e Testes

Já fazia um bom tempo que eu não publicava um mega artigo como esse. Nessas últimas semanas a comunidade OpenSource comemorou o inicio das atividades do fork do OpenOffice, o LibreOffice. O André publicou um artigo mais geral na última semana, mas eu resolvi atender o público do Fedora e mostrar como instalar, detalhadamente, a nova suíte de escritório no lado RPM da força.




Instalação


O LibreOffice, aparentemente, removeu algumas partes que já vinham com o OpenOffice, como o JDK. Felizmente para nós, Fedorans, ele se mostrou 100% funcional com o OpenJDK. Abra o seu terminal e digite o seguinte comando:




su -c "yum install java-openjdk alacarte wget"



Estamos instalando o Java Runtime Enviromment em sua versão Open, necessário para o LibreOffice funcionar corretamente, o Alacarte, editor de menus do Gnome, que será necessário para uma correção de um #fail dos desenvolvedores mais para frente nesse tutorial, e o wget para baixar o arquivo do LibreOffice. Logicamente, o wget é opcional, você pode baixar pelo meio que achar melhor, eu prefiro esse. :)


O download do pacote pode ser feito nesse link. Por enquanto, não adianta chorar, o LibreOffice está disponível apenas em inglês. Vamos ao download da versão mais recente até esse momento:




wget -c http://download.documentfoundation.org/libreoffice/testing/LO_3.3.0-beta1_Linux_x86_install-rpm_en-US.tar.gz



No Link do paragráfo acima, você pode baixar a versão 64bits também. Serão 144MB de download, a suíte completa, com pacotes para integração com KDE, para as entradas nos menus do OpenSuse, Mandriva, Red Hat (Fedora) e FreeDesktop (???). Após o download, basta descompactar e mudar para o diretório novo que será gerado:




tar -xvf LO_3.3.0-beta1_Linux_x86_install-rpm_en-US.tar.gz
cd en-US/RPMS
su -c "yum localinstall --nogpgcheck *"
cd desktop-integration
su -c "yum localinstall --nogpgcheck libreoffice3.3-redhat-menus-3.3-9526.noarch.rpm"



A parte "tutorial" do nosso artigo poderia terminar por aqui, se não fosse um #fail básico dos desenvolvedores do LibreOffice. Não é nada grave, nada irreversível, apenas uma bobeira que poderia ter sido evitada com um pouco mais de atenção na hora de criar as entradas do menu. A instalação do LibreOffice está perfeita, o erro é no conteúdo do pacote "libreoffice3.3-redhat-menus-3.3-9526". Enquanto o nome correto a ser chamado é "libreoffice3", todas as entradas no menu tentam chamar por "libreoffice".e, obviamente, não encontram nada, retornando uma mensagem de erro. Então a nossa brincadeira com o Alacarte é essa: trocar todas as entradas do LibreOffice no menu que chamam por, por exemplo, "libreoffice -writer %U" para "libreoffice3 -writer", isso mesmo sem o "%U". Ele gera um erro também.


Após esse "trabalhinho" para instalar, podemos seguir para a visão geral da suíte.



Visão Geral


A gente pode tentar fugir, desconversar, tentar ao máximo não tocar no assunto e dizer que essa não é a primeira coisa que você vê em um programa, distro ou seja lá o que for. Mas não adianta, o cartão de visita de qualquer coisa é o visual. E o do LibreOffice é horrível. Não que o OpenOffice seja, ou algum dia tenha sido, uma obra de arte de Michelangelo, mas o LibreOffice beta consegue o feito de ser ainda pior. Deixou a impressão que foi feito de qualquer maneira, sem que houvesse preocupação com a aparência. Seguem os shots para ninguém dizer que minha língua é que é grande.

libreoffice fedora


libreoffice fedora - janela


Tirando esse "pequeno" detalhe, a suíte é basicamente a mesma. Estarão lá o Writer, o Calc, o Impress e toda a turma que formou o melhor programa para escritório livre. Um dos defeitos que o usuário final pode achar nesse beta é o idioma ser unicamente o inglês americano. Nas notas de lançamento os desenvolvedores pedem desculpas por esse fato e prometem que estão trabalhando numa maneira melhor de disponibilizar as versões em outros idiomas. Ficaremos no aguardo.



Testes


Eu resolvi encerrar esse tutorial com alguns testes. Como não acompanho muito o mundo do OpenOffice, fui verificar como anda a compatibilidade dos aplicativos da suíte com os formatos gerados pelo Microsoft Office (.doc, .xls, .ppt).


As surpresas foram boas em quase todos os testes. O Writer se mostrou um pouco confuso ao abrir um arquivo ".doc" com uma formatação mais complexa, mas se deu muito bem com o básico. O Calc foi uma grande surpresa, já que abriu corretamente um arquivo ".xls" com uma tabela formatada e outro arquivo com um gráfico. O Impress também foi perfeito abrindo uma apresentação ".ppt", reproduzindo inclusive os efeitos.



Conclusão


O LibreOffice parece uma evolução esperada da suíte OpenOffice. Quem pedia mais participação, mais transparência até no desenvolvimento da suíte ficará satisfeito com o que irá ver tanto no aplicativo, quanto no site da Document Foundation. O erro nas entradas de menus é bobo, porém grave, pode deixar a aparência para um usuário novato de que é o programa que não funciona. O visual também pareceu ser trabalhado as pressas, sem muito cuidado. A preocupação foi muito maior em retirar o nome da Oracle (Sun) e do OpenOffice do que em criar um estilo próprio.


O LibreOffice ainda é um beta, precisa ainda de muito trabalho. Segundo informações apuradas na rede (ou seja, pouco confiáveis), quem já viu o source do LibreOffice disse que os desenvolvedores terão trabalho para organizar a bagunça que era feita no código do programa. Desejo muita sorte para os desenvolvedores e espero que tenhamos em breve uma grande suíte de escritório realmente da comunidade.


Fontes:


http://www.documentfoundation.org/download/
http://www.unixmen.com/linux-tutorials/1218-install-libreoffice-in-linux-fedora-ubuntu-debian-

3 comentários:

  1. Parabéns Cleiton, excelente artigo!

    Porém pelo que percebi, pelos seus testes, o LibreOffice não evoluiu nada se comparado o OpenOffice. Recentemente recebi um documento criado em MS Office 2007, com o formato DOCX, depois de varias tentativas percebi que infelizmente era impossível abri-lo usando o OpenOffice. Pelo o que você descreve, existem dificuldades até com o padrão antigo, o .DOC.

    Quanto aos XLSX, encontrei problemas ao tentar abrir um arquivo criado no MS Office 2010, vários dados errados e colunas muito mal formatadas. Ficando assim quase impossível abri-lo no OpenOffice.

    Sei que o problema é relacionado ao MS Office, porém não podemos nos enganar e dizer que o OpenOffice ou agora o LIbreOffice poderá abrir qualquer arquivo criado na versão proprietária.

    Um ponto que vejo positivo, na separação e criação do LibreOffice, é que desde de que a Oracle, tinha absorvido o desenvolvimento do OpenOffice, pouca coisa estava evoluindo em relação a compatibilidade, quero acreditar que os desenvolvedores agora priorizaram esse assunto!

    Outro ponto muito importante, que espero ter grandes revoluções é no desing da interface. Muita coisa evoluiu no mundo Open Source, principalmente se tratando em melhorias de design, a Oracle não estava muito empenhada nisso, talvez agora teremos em breve uma nova Suite de Escritório, melhor reformulada e muito mais bonita.

    Bem acho que falei até demais, vou ficar na expectativa e esperar a versão final!

    Um forte abraço, e até!!!!!!

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  2. Aparentemente ele vira nas próximas versões do Ubuntu (e provavelmente de varias outras distros), acredito que com a colaboração dos usuários a qualidade vai melhorar e muito.

    Aproveitando, que tal um tutorial sobre o Fedora 14? Estou pensando em me aventurar por outros mares!

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  3. F3N1X, é verdade. Esperamos que o foco agora seja na compatibilidade, depois no visual. Só não precisa deixar ele tão feio como está agora.

    niquelnausea, eu tô utilizando o Fedora 14 desde o alpha, agora estou no beta. Estou aguardando a versão final para fazer um mega artigo, como aquele que fiz no lançamento do Fedora 13. Posso adiantar que a distro tem avanços bem legais, principalmente no driver Nouveau3D, que agora suporta o Gnome Shell e até o Assault Cube.

    Obrigado pela presença.

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