Review do ZTE X990, o smartphone para as massas

Minha mais nova aquisição tecnológica foi um smartphone ZTE X990. Neste post, vou contar a minha história que me levou a ele e fazer um breve review do mesmo.

Como tudo começou

Quem me acompanhava em meu antigo blog sabe que eu tenho um desafeto com a operadora Oi. Em Maio deste ano, uma série de eventos fatídicos que incluem mal atendimento, gozação do cliente na linha e solicitação de serviço incorreta me fez desejar migrar para outra operadora o mais rápido possível. Mas qual nova operadora? Sempre com a opinião de que, no Brasil, não existe uma operadora melhor, mas sim uma menos pior, resolvi escolher a Vivo por um motivo bem simples: tanto o celular do meu pai quanto o da minha madrasta são desta operadora o que, no mínimo, vai me fazer uma pequena economia nas ligações para eles.

Em Junho ou Julho, começando a ir atrás de informações para a migração, eu descobri que a Vivo - ao menos no Rio Grande do Sul - opera com celulares quadriband e o meu - assim como o de todas as outras operadoras - era triband. Ou seja, eu poderia trocar por um chip da Claro ou da Tim, mas não da Vivo. Resultado: teria que comprar outro celular.

Somente agora no final de Novembro (eu comprei dia 27), sobrou um dinheiro para adquirir o aparelho. Eu tinha 200 reais disponíveis. Minha intenção original era levar ou um Nokia 2690 ou um LG GS 155 na Magazine Luíza, que estavam ambos R$ 199. Era uma escolha difícil: enquanto aquele, assim como meu Nokia 2630, tinha Bluetooth mas não tinha cartão de memória, este tinha cartão de memória mas não Bluetooth. Foi então que passei em frente a uma loja de uma rede local, a CR Die Mentz, onde me deparei com este telefone sendo vendido ao mesmo preço (Na verdade, o vendedor disse que ele custava R$ 399 mas estava em promoção "que ia acabar hoje", papo típico de vendas e bela desculpa pra dizer que o produto estava encalhado - acredite, essa loja vende um computador com 512MB de RAM e HD de 80 GB por R$ 1.200).

Após consultar as especificações do mesmo, decidi que seria mais vantagem levá-lo do que o Nokia ou o LG. Na verdade, sem querer, eu fui o último cliente da loja naquele dia - tanto que eles fecharam as portas e eu fiquei lá dentro! - e o atendimento foi bom (o vendedor me agradecia tanto que só faltou querer me beijar na boca). Um ponto que eu destaco no processo de venda é que os caixas fazem questão de ABRIR o produto na frente do cliente para ver se está tudo em ordem. Isso é ruim? Não, mas tem seus pontos negativos e positivos: durante essa "verificação", a caixa do produto foi levemente danificada, o que é irrelevante.

Especificações do aparelho

Se você quiser ter uma lista completa das especificações, pode ler esta página. Dentre elas, destaco o teclado Qwerty, sua memória interna de 70MB, suporte a cartão de memória, Bluetooth e câmera de 2 megapixels.

O X990 é realmente um smartphone?

Após muitas pesquisas que fiz em vários sites antes de decidir comprá-lo - destacando um que chamou-o de PalmBerry - destaco este post do Guia do Leigo o qual esclarece que este celular não é um smartphone de verdade - apesar de a Vivo vendê-lo como tal. O motivo é bem simples: segundo o site, os smartphones usam tecnologia 3G, enquanto o X990 usa apenas GSM. Também pudera, ele foi projetado para pessoas que gostam de enviar torpedos e mensagens instantâneas.

Um modelo irmão deste aparelho que é um smartphone de verdade é o ZTE X850, que tem o sistema operacional Android. Eu só não o comprei porque ele não estava disponível aqui.

ZTE é uma boa marca?

É claro que muitos leitores deste post devem estar de nariz torcido para um aparelho da marca ZTE - que, como todos nós sabemos, fabrica seus produtos na China -, mas aqui eu gostaria de fazer uma ressalva: ao contrário dos modelos xing-ling que são vendidos em camelô, este modelo, além de ser vendido pela e ter a marca da Vivo, foi homologado pela Anatel, assim, eu sei que ele não vai fazer mal à minha saúde. É claro que ele não tem toda a qualidade de um celular BlackBerry ou Nokia mas, francamente, você sairia na rua com um smartphone de marca em meio a tanta violência que enfrentamos hoje em dia?

Pontos positivos

O conjunto de acessórios que vem com o aparelho é impressionante: além da bateria e do fone de ouvido, o aparelho vem com um carregador que se conecta à porta USB lateral do mesmo e, além disso, com um cabo de dados que permite trocar informações com um PC.

Eu nunca fui muito fã de cabos para celulares; Lembro-me com pesar dos dias em que tinha um Siemens C72: O cabo de dados do aparelho só funcionava no Windows através de um programa russo; No Linux, nem pensar: naquela época, eu usava Slackware e, por mais que eu tivesse compilado módulos e programas, apesar de o celular ser reconhecido, eu nunca conseguia acessar os arquivos do mesmo.

Não é o caso do ZTE X990: ao conectar o cabo USB no computador, surge na tela do aparelho um menu onde você pode escolher se deseja utilizar o celular como dispositivo de armazenamento em massa (pendrive), webcam ou porta COM. Ao escolher a primeira opção, o celular é montado automaticamente na área de trabalho. Também é possível utilizar o cabo para transferir dados para o cartão de memória, caso seu computador (assim como meu velho Athlon XP) não tenha leitor de cartões.



Quando coloquei o celular em modo webcam, o mesmo foi automaticamente reconhecido pelo Cheese, apesar de o mesmo ter travado enquanto eu gravava um vídeo - e de o vídeo ter sido gravado em um arquivo de 17,9 MB.

A conectividade Bluetooth é boa e, neste modo, há a possibilidade de utilizar o aparelho como controle remoto do computador (embora eu ainda não tenha descoberto como).

Outro ponto positivo são as promoções atreladas ao celular: ao comprá-lo, você recebe um código que te dá 100 torpedos válidos por 30 dias; Além disso, você ganha 30 dias grátis de navegação no MSN, cujo cliente já vem instalado no celular. Após este período, você pode comprar o pacote de MSN da operadora por R$ 8,90 por mês. Eu também entrei em contato com eles e fiquei sabendo do Vivo On, onde você se inscreve por R$ 11,90 e, nas recargas acima de R$ 25,00, tem acesso liberado a sites como GMail, Twitter, Facebook e Orkut, além do site da operadora. Não é uma maravilha, mas é o que eu posso esperar.

Mais um ponto positivo é que a entrada para fone de ouvido é padrão, o que significa que o aparelho pode ser conectado em qualquer fone ou caixinha de som, e não apenas naqueles feitos pelo fabricante (algo que a Nokia está se tocando só agora).

Pontos negativos

Como nem tudo é um mar de rosas, o celular tem algumas características que deixam a desejar. Tirando o fato de o sistema operacional ser proprietário, primeiro: o cabo do carregador da bateria é muito curto. Sério: ele tem que ser recarregado próximo a tomada. O cabo USB tem a mesma medida, mas isso não chega a ser um problema para este cabo. Segundo, o menu de contatos poderia ser melhor: para adicionar um novo nome à agenda, você deve selecionar a primeira opção, "Novo contato", o que te obriga a voltar ao início da lista para tal (ou apertar a seta para direita para ir para a memória do telefone, a para a esquerda para voltar e a para cima para selecionar a famigerada opção, mais prático). Terceiro, O T9 ajuda muito, mas até agora não descobri como acentuar as letras. Por fim, algo que não é um problema do aparelho, mas de quem sempre usou celular com teclado não-QWERTY: você aperta duas vezes numa tecla para mudar de letra e ela se repete; esquece que tem que apertar DEL, pensa que está num Nokia, aperta Voltar e perde tudo. Mas este defeito vai sumir com o tempo. Outro ponto são alguns sites de reviews com informações desencontradas: um, dizia que a tela era touchscreen; outro, dizia que não era. Acabei descobrindo que não era (afinal, obviamente, se fosse, não teria um teclado QWERTY).

Fotos

Conclusão

Apesar de o meu pai, como sempre, colocar defeitos, estou feliz com minha nova aquisição e sei que ela vai suprir minhas necessidades por um bom tempo. Sei o que esperar dele, pois sei quanto paguei. É, enfim, uma ótima opção para quem quer entrar no mundo dos smartphones mas não tem condições de adquirir um modelo top de linha.

ATUALIZAÇÃO

Há algumas semanas, o visor do ZTE trincou misteriosamente, sem que eu nada tivesse feito para tal. Hoje, levei-o a uma AT e eles disseram que a empresa não disponibiliza peças para reposição em estoque. Assim, minha única solução foi se desfazer do aparelho. Desta forma, não posso mais recomendar o mesmo aos leitores deste blog.