quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Freed-ora: Kernel totalmente livre no Fedora

Vocês provavelmente acompanharam os trabalhos da equipe do Debian em trazer um Kernel totalmente de código aberto - sem os chamados blobs proprietários - para a versão Squeeze, atual estável. Pois uma equipe de desenvolvedores estão trabalhando no Freed-ora, um repositório com um Kernel com propósito parecido.



Para ter o Freed-ora instalado direitinho, como os desenvolvedores planejaram, é necessário remover todos os firmwares que vem instalados no Fedora, assim como os outros Kernels padrão da distro. Nem preciso dizer que, se você tem placa wireless, uma daquelas placas de vídeo complicadas e tudo mais, é bem provável que isso tudo vai dar “bino”. Logo, NÃO TESTE ESSE TUTORIAL EM MÁQUINAS DE PRODUÇÃO, use uma instalação de testes, máquina virtual e afins. Eu estou usando o Kernel do Freed-ora, removi o Kernel padrão do Fedora, assim comos os firmwares que conflitam com a versão totalmente livre, e não tive nenhum problema até o momento: a placa wireless continua sendo reconhecida corretamente(apesar de não utilizá-la, uso 3G), minha placa de vídeo continua bem, enfim, tudo normal.


Feitos os avisos, vamos ao artigo. O Freed-ora é um repositório que fornece um Kernel totalmente livre. Esse mesmo kernel é, inclusive, utilizado numa distro baseada no Fedora, chamada de BLAG. Vamos a instalação:


rpm --import http://linux-libre.fsfla.org/pub/linux-libre/SIGNING-KEY.linux-libre
rpm -i http://linux-libre.fsfla.org/pub/linux-libre/freed-ora/freed-ora-release.noarch.rpm
yum -y install freed-ora-freedom


Ao tentar utilizar o último comando listado, ele irá mostrar conflitos com vários firmwares instalados pelo Kernel oficial do Fedora. Para utilizar o Freed-ora de verdade, será necessário removê-los (eu já mencionei que você não deve tentar isso em máquinas de produção ou na sua máquina principal, mas sim numa máquina de testes? Acho que sim...). Vamos ao comando:


yum remove *-firmware microcode_ctl


Depois disso, basta instalar o Kernel libre:


yum install kernel-libre
yum install perf-libre


E colocar o kernel-libre como padrão para seu boot:


grubby --set-default=`ls -t /boot/vmlinuz-*libre* | sed 1q`


Depois de um reiniciar, e verificar se realmente você está no Kernel-Libre, você pode remover os outros Kernels (aviso: se você tiver o Virtual-Box instalado, ele vai ser removido junto. Não testei na minha máquina com placa nvidia, mas creio que é provável que o driver Nvidia do repositório RPMFusion também seja removido quando o Kernel do Fedora o for. Você foi avisado. ;) ) :


yum remove kernel-...
yum remove perf-...


Após isso, é só conferir se você tem tudo do freed-ora instalado:


yum install freed-ora-freedom


Nos meus testes, tudo correu bem. Inclusive, estou escrevendo esse artigo da máquina com o freed-ora instalado. Não enfrentei “kernel panic”, o meu hardware continuou sendo reconhecido normalmente, incluindo meu modem 3G e minha placa wireless, enfim, não tive problemas. Creio que ele tenha limitações quanto a drivers Nvidia e a máquinas com aquelas placas VIA e SiS, que tem aqueles drivers problemáticos, mas não tenho como testar para confirmar isso para vocês.


O freed-ora é uma iniciativa que mostra que, apesar de tudo, a comunidade Linux já pode ter um Kernel totalmente de código aberto, com reconhecimento bom de hardware e perfomance de alto nível. Dúvido que a gente vá ver um Kernel assim por padrão numa distro voltada para usuários, como o Fedora ou Ubuntu, já que a tendência é atrair mais empresas que contribuem com o Kernel, fornecendo seus drivers “fechados”.


Fonte: http://www.fsfla.org/svnwiki/selibre/linux-libre/freed-ora

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