terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sobrevivendo no Vim (final)

Nas últimas semanas, você conheceu um pouco sobre o editor Vim e descobriu que, apesar de ele ter uma cara feia, na verdade se revela como uma ferramenta flexível e poderosa. Neste último artigo da série, vamos aprender algumas dicas genéricas sobre o editor, suas configurações e seus plugins.




Importando o resultado de um arquivo


Vamos dizer que você possua um arquivo chamado relatorio.txt e deseja inserir seu conteúdo no arquivo atual, na posição do cursor. O que fazer? É muito simples: basta, no modo de comandos, digitar :r relatorio.txt e o seu conteúdo será colado na posição atual!


Importando o resultado de um comando


Agora digamos que o que você deseja inserir seja uma lista dos arquivos que existem no diretório /usr/bin. Também é muito simples e o comando é bem similar ao anterior: :r!ls /usr/bin.


Esse comando :r! revela-se extremamente útil em várias situações. Por exemplo: se você quiser inserir a data atual em alguma parte do arquivo, basta digitar :r!date .



Centralizando o texto de uma linha


Essa eu descobri por acaso: se você quiser centralizar o texto de uma determinada linha - como um título - não precisa ficar apertando espaço: basta posicionar o cursor no início do texto (ou seja, da linha) e usar o comando :center.



Instalando plugins


Embora o Vim possua muitas ferramentas nativas, há uma grande variedade de plugins e de scripts que estendem suas funcionalidades. A maiorias deles está disponível na própria página do editor, no endereço http://www.vim.org/scripts/index.php .


Como exemplos de plugins, podemos citar o NerdTree, que adiciona uma árvore de pastas ao editor, similar a muitas IDEs como Eclipse ou Visual Studio, o TabBar, que adiciona abas na parte superior da janela do Vim (similar ao Firefox), facilitando o gerenciamento de arquivos abertos ou muitos outros que fornecem destaque de sintaxe para determinadas linguagens de programação e fazem tantas outras coisas difíceis de descrever em um único parágrafo.


Via de regra, para instalar um plugin basta descomprimir ou copiar seu arquivo .vim para a pasta ~/.vim/plugin . É provável que essa pasta não exista, assim você precisará criá-la, lembrando que a pasta .vim é oculta e por isso tem um . antes de seu nome.


A instalação do TabBar obedece exatamente a esse padrão: basta copiar o arquivo .tabbar.vim para a pasta ~/.vim/plugin. No entanto, outros plugins - como o NerdTree, são mais complexos e seu desenvolvedor recomenda que se copie o arquivo comprimido para a pasta ~/.vim e lá se extraia seu conteúdo. Esses pequenos vieses não são motivo de preocupação, afinal o procedimento de instalação está descrito na seção Install details do site do Vim. Na dúvida, pergunte ao desenvolvedor.



Configurando e personalizando o Vim


O arquivo .vimrc, que é oculto e fica na pasta home do usuário, permite configurar todos os aspectos do editor Vim. Com ele, você pode mapear teclas, ativar ou desativar o beep, a numeração de linhas, a endentação automática, o tipo de quebra de linha (Unix, DOS ou Mac), o dicionário do corretor ortográfico, criar uma barra de status de dar inveja a qualquer outra IDE, entre muitas coisas. Destrinchar cada opção desse arquivo renderia uma nova série de tutoriais, assim, como bom usuário autodidata de software livre, vasculhe na net por exemplos de .vimrc - existe um monte deles! - e deixe o editor Vim com a sua cara!



Conclusão


Ao terminar esta série de tutoriais, que está longe de querer ser uma referência completa sobre o assunto, espero ter desmistificado muitos dos mitos que cercam essa poderosa ferramenta de linha de comando que, muitas vezes, não é utilizada por simples comodismo. Espero, ainda, que você possa ter aprendido alguma coisa e que essa série tenha-lhe sido útil.


Como esse é o meu último post de 2011, aproveito para desejar a você e à sua família um próspero ano-novo e que, em 2012, possamos explorar ainda mais esse fantástico mundo livre. Obrigado e valeu!

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