terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Review do BigLinux 11.10: a distribuição nacional (quase) perfeita

Após mais de três anos desde o lançamento de sua última versão estável, foi finalmente liberada a nova versão da distribuição nacional BigLinux, criada e mantida pelo Bruno Gonçalves Araújo, o BigBruno, e seus colaboradores. Nessa nova versão, a distro abandona a numeração sequencial e passa a adotar o padrão do Ubuntu, pulando da 4.2 para a 11.10.



O ciclo de desenvolvimento foi marcado por intensas polêmicas, a maior delas relacionada aos contantes atrasos e adiamentos na entrega de uma nova versão do sistema e por acirradas discussões envolvendo uma possível violação da GPL e a própria necessidade de existência da distro mas, enfim, a distro que foi apontada pelo próprio Carlos Morimoto como sucessora natural do Kurumin retorna com tudo. Neste post, vamos conhecer os principais recursos e características do sistema.



O BigLinux é realmente uma distribuição?


Uma das grandes polêmicas envolvendo o BigLinux e o resto das distribuições nacionais é se elas podem, de fato, serem chamadas de distribuições. A resposta, infelizmente, é negativa, pois essas distribuições nada mais são do que personalizações de uma distribuição existente com um conjunto selecionado de aplicativos e scripts próprios. Embora muitos usuários refiram-se a elas pelo termo pejorativo ReFiSeFuQui - acrônimo criado por Glenn Hummes que significa "remasters de fins de semana e fundos de quintal" - , ser uma remasterização não diminui o conceito do sistema: basta lembrar que o Linux Mint, distribuição mais popular do DistroWatch no momento, também é uma remasterização do Ubuntu/Debian. A única preocupação é que esses remasters utilizam-se dos repositórios próprios da Canonical e, assim, não possuem controle algum sobre seus conteúdos. Em suma, se amanhã a Canonical resolver remover ou modificar um pacote e isso quebrar os scripts próprios da distro, o usuário não terá muito a fazer a não ser esperar que o desenvolvedor do remaster possa consertá-lo.



Um importante passo rumo à Liberdade


Outra das reclamações acerca do BigLinux era que ele não respeitava os termos da GPL ao não disponibilizar o código-fonte dos pacotes que compõem a distro. Nessa versão, porém, além do DVD da distro, está disponível outro de 4,5 GB com os fontes dos pacotes livres. Este é um ponto extremamente positivo que, além de encerrar a polêmica sobre a licença, serve de exemplo a ser seguido pelos outros desenvolvedores. No entanto, a disponibilização desta ISO está longe de ser o último capítulo da novela das licenças pois, conforme você verá, a distro também inclui plugins e drivers proprietários. Estariam eles sendo distribuídos de acordo com suas licenças de uso?



O DVD


Quando você insere o DVD no drive, percebe que, ao contrário das outras distros que vem apenas com o bootloader e a imagem do sistema comprimida, o BigLinux vem com várias pastas, herdadas do Ubuntu, e uma ferramenta Windows para gravar a iso em um pendrive:


Estrutura de pastas do DVD do BigLinux


Conforme você perceberá, o CD possui um arquivo autorun.inf que chama o Wubi... mas ou os desenvolvedores se esqueceram de colocar o Wubi no disco ou se esqueceram de apagar o autorun,inf! Além disso, o arquivo README.diskdefines refere-se à versão final como Alpha 3. Nada muito grave, passemos ao boot.



O Boot


Menu de boot do BigLinux


Diferentemente do Dreamlinux, o menu de boot do LiveDVD é completo e organizado, permitindo ao usuário iniciar o sistema  em Português ou em Inglês e, ainda, selecionar, nesses idiomas, opções avançadas que incluem teste de memória, instalação em disco e opções especiais para micros com configurações que travam o boot, como o desligamento da ACPI.


Após alguns instantes, o sistema inicia com uma animação que lembram três monitores widescreen e, finalmente, somos apresentados à tela inicial:


Tela inicial do BigLinux


Nesta tela, o usuário pode escolher se deseja iniciar o sistema com os efeitos gráficos (Compiz, XGL e cia), sem os efeitos gráficos ou de forma otimizada para o desempenho, além de instalar o sistema no HD. Essa opção é inteligente e permite ao usuário rodar o BigLinux até em máquinas mais antigas com uma quantidade reduzida de memória e de capacidades gráficas. O importante é que, após fazer a escolha adequada ao seu computador, você é finalmente levado à interface gráfica, bastante organizada e familiar aos usuários de um famoso sistema proprietário:


Desktop do BigLinux


A área de trabalho é extremamente limpa e não faz utilização do Plasma do KDE 4, o qual coloca uma "pasta semitransparente" no desktop. Além disso, o menu K é tipicamente organizado e os indicadores na barra de tarefas sã intuitivos.



Compatibilidade com hardware e observações gerais


O BigLinux apresenta um nível de compatibilidade com hardware incrível. Ele foi a primeira distro que eu testei na qual o touchpad do meu notebook reconheceu os cliques por toque sem que eu precisasse configurar isso em algum lugar; o adaptador Bluetooth e o meu "jurássico" Nokia 2630 foram reconhecidos sem maiores problemas. A multifuncional instalou-se de maneira silenciosa, sem exibir notificações e, finalmente, a rede wi-fi foi reconhecida sem maiores problemas pelo Network Manager.


Mas nem tudo foram flores: a luz de atividade wi-fi, como sempre, não se acendeu. Além disso, quando tentei conectar meu monitor LCD ao notebook - eu o utilizo como segundo monitor -, nada aconteceu. Ou seja: o aparelho ficou sem sinal. Nas outras distros que testei, ao fazer isso eu esperava que, no mínimo, a imagem fosse espelhada no segundo dispositivo. Talvez eu tivesse de ter mexido em algum lugar.


Um dos pontos que me deixou bastante preocupado foi o modo texto do live-dvd: o sistema utiliza dois consoles de texto, diferentemente dos típicos seis padrão nas demais distros. Em ambos,o usuário padrão da distro já aparece logado, com uma sessão iniciada! Provavelmente os desenvolvedores fizeram isso para que o usuário pudesse matar algum programa que estivesse travando o ambiente gráfico em modo texto como medida emergencial, mas isso se constitui uma grave falha de segurança pois mesmo que você trave sua sessão com uma senha, qualquer um pode ir para o console e ter acesso aos seus arquivos ou reiniciar seu ambiente gráfico! Até mesmo encerrando aquelas seções com o comando exit elas voltam a fazer login automático e, na hora de sair do sistema, o KDE pergunta se queremos encerrá-las! Felizmente esse comportamento deixa de existir uma vez que o sistema é instalado no disco rígido. Falando em instalação, o instalador escolhido é o mesmo do Ubuntu, ou seja, sem novidades por aqui. A única coisa que eu achei estranha é que, na tela inicial, há um link para ver as notas de lançamento que, na verdade, leva para o site da distro - sem nota alguma.



Os programas instalados


Seguindo a filosofia do Kurumin, o BigLinux justifica seus 1,2GB com uma falange de programas que já vem instalados. Essa falange, no entanto, recai naquele velho problema do Kurumin de poder confundir o usuário ao lhe dar um número excessivo de escolhas.


O maior exemplo disso são os programas de Internet. A distro vem com ambos o Firefox 9 e o Chromium.


Navegador Firefox do BigLinux


Ao comparar ambos, percebe-se que os desenvolvedores deram um nível de atenção maior ao Firefox 9 do que ao Chromium: enquanto este vem com um pequeno número de extensões, aquele vem recheado de personalizações e de plugins. A página inicial e o motor de busca padrão é o Big Busca, criado e mantido pelo mesmo autor da distro; além disso, o Firefox vem com o AdBlock Plus, Download Helper, Bookmarks Menu, Google Translator, Google Talk, Tabmix Plus! e muitos outros. No entanto, alguns detalhes chamam a atenção como por exemplo o fato de a verificação de compatibilidade das extensões vir desativada por padrão e o Firefox vir com um plugin chamado Global Menu Bar Integration que integra o browser ao Unity, sendo que não há sequer sombra desse ambiente no sistema. Além disso, conforme mencionei anteriormente, é nesse grupo que mais se vê o excesso de programas: o BigLinux vem com vários mensageiros instantâneos instalados: aMSN, Emesene, XChat, entre outros. Tudo isso contribui para aumentar o tamanho da ISO (e o tempo de download). Eles deveriam ter colocado apenas um mensageiro, o que eles achassem melhor para o usuário.


Em relação aos programas gráficos, ele tem os já consagrados Gimp, Inkscape, Kolourpaint, Skanlite e outros. Ele vem inclusive com o Blender, software de animação 3D que, em minha opinião, não precisaria estar nessa distro por ser muito avançado. Além desses, ele vem com um programa chamado Panorama, que eu não faço a mínima ideia de para que serve pois, ao abri-lo, recebi uma mensagem de erro que dizia "Unable to find autoopt executable" e mais algumas coisas.


Em relação aos jogos, o sistema vem com vários títulos clássicos e com o PlayOnLinux, programa que permite executar games feitos para Windows no sistema livre, além do Wine, já configurado, algo que não vemos com muita frequência nas grandes distros.



Suíte de escritório


Ao iniciar a suíte de escritório, o usuário mais antenado poderá levar um susto. Isso porque ao iniciar qualquer um dos programas, você verá essa tela:


Tela inicial do... BROffice?


Como sabemos, a marca e a associação BrOffice foram extintas no começo do ano passado. Desde então, a suíte de escritório livre passou a utilizar o nome LibreOffice no Brasil, assim como no resto do mundo. No entanto, o nome antigo ainda aparece na splash screen da suíte que vem com o Big Linux.


LibreOffice Writter


Basta o programa carregar, porém, para você ver que se trata, na verdade, de uma versão recente (3.3.4) do Libre Office. Permanece a dúvida: por que o nome aparece trocado na Splash Screen? Teriam os desenvolvedores substituído o arquivo gráfico original por outro com o nome antigo? Com que propósito? Não seria melhor educar os antigos usuários do BrOffice acerca da nova marca ao invés de insistir em continuar separando os esforços dessa comunidade?



O Big Centro de Controle: uma inovação desnecessária?


Big Centro de Controle


O grande diferencial do BigLinux em relação às outras distros é o Big Centro de Controle ou Centro de Controle Big, que concentra em um único painel as principais configurações do sistema. Ele é feito com a tecnologia BigBashView, criada pelos desenvolvedores da distro para suprir a lacuna deixada pelo Kommander no KDE 4.


É inegável que ele é fortemente inspirado no painel Clica Aki, presente nas últimas versões do Kurumin mas, independente de ser um trabalho bem feito, precisamos de perguntar se há espaço para esse software nos dias de hoje.


Para começar, ele fica escondido no item Sistema do menu do KDE sem, ao menos, um ícone no desktop (volte à primeira imagem para conferir). Ou seja, um usuário que tenha baixado a distro e não saiba desse recurso poderá demorar a encontrá-lo. Segundo que, apesar de ele vir com um "Manual do BigLinux" em formato de arquivo de ajuda, o que é excelente, o mesmo está um pouco desatualizado, tendo inclusive telas que não fazem parte da versão atual da distro.


Além disso, muitas de suas funções podem ser realizadas através do Centro de Controle do KDE ou de programas correlatos que já vem inclusos. Por exemplo: o Centro de Controle Big vem com um ícone para instalar a impressora, mas a minha impressora foi reconhecida automaticamente, sem que eu precisasse de utilizar esse recurso específico (talvez uma impressora serial). Outro exemplo foi a minha rede Wireless: a mesma, como eu já falei, foi reconhecida sem maiores traumas pelo gerenciador de redes do KDE. Mesmo assim, o Centro de Controle Big tem um módulo para configurar a Internet que avisa que vai desativar o Network Manager:


Configurando a internet no BCC


E se a intenção é tornar as coisas mais simples para os usuários leigos, essa tela contradiz a filosofia (note que a placa ethernet é pré-selecionada como dispositivo wireless):


Gerenciador de redes wireless


Sem falar na polêmica dos drivers proprietários para os softmodens, que continuam presentes:


Os polêmicos drivers de softmodens



Conclusão


Considerando-se que a Canonical dispensa mais atenção ao Ubuntu do que ao Kubuntu, o qual nada mais é do que o KDE 4 reempacotado sem personalizações, a equipe do BigLinux fez um excelente trabalho ao remasterizar a distro.


Pela análise e pelos programas componentes, concluímos que o BigLinux é mais indicado àqueles usuários que estão migrando do Windows para o Linux, pois sua interface gráfica é bastante similar e seu painel de configuração evitam a necessidade de o usuário conhecer o lado livre da Força através da linha de comando ou de alguma complicação adicional. No entanto, ele não atenderá aqueles que já possuem um certo nível de experiência com outras distribuições.


O fato de os scripts do BigLinux estarem disponíveis em um repositório próprio, possibilitando que os mesmos sejam instalados em outras distros torna a proposta interessantes para aqueles que possuem um sistema de 64-bit: bastaria a eles instalarem o Kubuntu correspondente a esta arquitetura e adicionar os repositórios correspondentes.


No entanto,  o BigLinux é nada mais do que uma simples remasterização do Kubuntu com um papel de parede legal e alguns programas pré-selecionados, visto que seu centro de controle pode ser totalmente dispensado nos dias atuais. Ainda acho, porém, que se o Brasil quiser voltar a ter uma projeção no cenário de distros internacionais o BigLinux é o melhor candidato que podemos oferecer visto ao seu nível de maturidade comparado às demais distros. Seria interessante se os desenvolvedores das demais distribuições nacionais abdicassem de seus sistemas e passassem a auxiliar os desenvolvedores do BigLinux a aparar as arestas que ainda sobraram neste tão esperado lançamento. Talvez se todos se unissem em torno desse nome poderíamos ter novas versões com uma periodicidade definida - afinal, esperamos não ter de aguardar mais quatro anos pela próxima versão.

17 comentários:

  1. Cristian Martins31 janeiro, 2012 11:38

    Muito bom o texto, de todas as distro nacionais que testei a Big é a melhor. Não gosto muito de distro de enche de programa. E para mim usuário comum ou usuário de windows, o que ele quer mesmo é liga o sistema e ja estar na internet, se tive que fazer configuração ai é problema ...

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  2. Meu caro parabéns pelo review .
    Para ser honesto quando ví de onde vinha o review fiquei com certo receio de haver parcialidade ou mesmo algum protecionismo por parte dos senhores mas sou obrigado a admitir que estava completamente errado .
    Review impecável , completamente imparcial e pontos importantes muito bem citados .

    Parabéns mais uma vez ao blog e principalmente ao André pelo review .

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  3. Fico lisonjeado do comentário. É sabido que alguns dos membros do Espaço Liberdade tem uma relação estreita com a comunidade do BigLinux, mas a imparcialidade está acima de tudo. De qualquer forma, o Big é uma das melhores distros nacionais que testei até agora.

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  4. Baixei a última versão disponibilizada agora em Fev/2012 e mesmo sendo a última versão, precisou ser baixado mais 312Mb de atualização da distrô. Eu estava usando o Resulinux, que também está prometendo algo, só não consegui configurar a placa de wireless nesta distro, pois o mesmo não a achou, mesmo com os drivers instalados. O que vcs podem comentar sobre o Resulinux?

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  5. O fato de aparecer o BrOffice 3 ao iniciar o LibreOffice acontece também no Ubuntu/Kubuntu na linguagem Pt-Br. A marca BrOffice continua sendo usada no Brasil.

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  6. Cruzes! Eu não sabia disso! Então precisamos de falar com o pessoal do LibreOffice urgentemente!

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  7. Olá, Carlos. Eu baixei o Resulinux uma única vez e minha experiência não foi das melhores. Talvez porque fosse uma versão que usava uma das primeiras versões do KDE 4 ou porque eu vasculhei a mesma e não vi um bom motivo para chamar aquilo de distro.

    Eu considero pessoalmente o Resulinux um pouco confuso em tudo (lançamentos, versões, etc), mas pode ser apenas uma aparência.

    Abraços.

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  8. Esse problema e corrigido assim que voçê atualiza a distro.

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  9. Acho chato taxar o termo "refisefuqui" de perjorativo e ainda colocar meu nome sem autorização aí.
    ReFiSeFuQui reflete bem o que esta remaster é: um projeto solo, sem garantia nenhuma de que amanhã pode continuar, e deixar um povinho beijando as costas da mão enquanto o sistema quebra por usar atualizações de uma distribuição séria.
    O BL tem falhas, assim como todas as refisefuquis. Você citou o Mint, mas em tão pouco tempo estão caminhando com as próprias pernas e desenvolvendo projetos como o Cinnamon. Uma hora ou outra se distanciarão e estão em evolução. BL e outras ainda continuam e muito dependentes das distribuições em que se baseiam.
    Ainda o fato do Kubuntu ter perdido o suporte da Canonical. Porquê?
    Porque não tem registro de uso, ou de ser um projeto á ser levado á sério pelos usuários. Não foi interessante para Canonical continuar apoiando um projeto de 18~20.000 usuários, quem dirá apoiar um projeto que tem em seu fórum um registro em torno de 5~6 mil usuários, que a maioria nem deve mais usar o sistema...
    Os fatos são estes: eu batia no ponto da refisefuqui BL sobre os repositórios, infrações da GPL, infrações legais quanto à distribuição de software proprietário na mídia ISO sem autorização do fabricante.
    Resolveram fazer um DVD com o código-fonte, mas só isso não resolve, pois o caso não é ter um DVD com isso, mas sim uma imagem ISO e os repositórios. Um não tira a razão do outro.
    Aliás, fui comentar isso no fórum desse pessoal, e fui recebido por pessoas que nem argumentos tinham para discutir, sem argumentos técnicos, só simples usuários que não entendem nada de GPL ou de como funciona uma distribuição. E ainda fui expulso de lá. Não me incomodo, mas isso prova que é algo que não merece respeito.

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  10. Como assim "colocar meu nome sem autorização aí"? Por acaso não foi o senhor que cunhou tal termo? A licença CC-BY-NC-SA da página onde há o artigo original nos obriga a citar a fonte e, além disso, o Artigo 5º inciso IV de nossa Constituição diz que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato".

    A menos que o senhor não queira assumir a responsabilidade de sua cria, não vejo mal algum em citar seu nome, pelo contrário, isso lhe dá mais credibilidade e exposição. Além disso, em momento algum falamos mal de sua pessoa: seu nome foi utilizado apenas para explicar a origem do termo, um dos requisitos da imparcialidade.

    Agora, se o senhor ficou chateado pelo seu nome estar associado à palavra "pejorativa", sinto muito, mas isso se chama liberdade de expressão: assim como o senhor rejeita o termo "pejorativo", outras pessoas o adotam. Cabe, ao senhor expor seu ponto de vista - o fato de chamar distros como BigLinux de ReFiSeFuQui é apenas a sua opinião.

    Se preferir, podemos apagar esse artigo, mas tenha a certeza de que jamais voltaremos a sequer mencionar qualquer coisa que o senhor esteja envolvido no resto da história desse site.

    Passar bem.

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  11. Parabéns pelo review. Sua conclusão nos leva a dúvidas terríveis:
    em tempos de Ubuntu, o que uma distribuição nacional pode acrescentar ao cenário Linux?

    Será que somos pouco inovadores? Será que ainda precisamos de uma distro nacional simplesmente por ser nacional?

    Quais são as especificidades do público brasileiro?

    E não tiro o mérito do Big, pois usei por algum tempo (há muitos anos) e é uma distro que recomendaria a quem quer iniciar no Linux.

    Acho que essa questão da licença deve ser explorada com mais clareza. Eu não sou entendedor do assunto e confesso que não sei exatamente onde está o problema de usar drivers proprietários (o Ubuntu não faz isso?). Ficaria satisfeito se alguém explicasse realmente qual é o problema do Big com isso.

    Abraços.

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  12. Glenn Hummes, boa noite e obrigado pela visita, em primeiro lugar.

    Na minha opinião, é meio estranho alguém falar que outra coisa é de "Fundo de Quintal" e dizer que não é pejorativo, mas, enfim, você é o autor de termo e deve saber melhor que a gente.

    De qualquer forma, conforme disse o André, sinta-se a vontade para solicitar a remoção do teu nome e do termo "refisefuqui" do post.

    Abraços.

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  13. Pois é, essa questão sobre precisarmos de uma distro nacional é controversa e certamente não pode ser respondida em um simnples comentário. O que posso dizer é que, até 2005, mais ou menos, tínhamos a Conectiva, que era uma verdadeira distro nacional séria, com pessoal dedidaco ao empacotamento e ao suporte técnico e, depois, veio uma onda de distribuições baseadas no Kurumin, no Debian e, mais recentemente, no Kubuntu, feitas por pessoas que não tem as mínimas condições de prestar um suporte adequado aos diferentes tipos de cenário e de usuários.

    O problema de drivers proprietários divide-se em dois grandes pontos: o primeiro é o filosófico, onde os mais árduos defensores do software livre simplesmente os condenam por terem código fechado - o que definitivamente não é o meu caso.

    O segundo e mais importante problema em relação aos drivers e plugins proprietários está justamente em sua redistribuição. A maioria das distros nacionais inclui drivers de softmodens e plugins como o Flash. Acontece que a licença sob a qual estão esses drivers e plugins simplesmente proíbe sua redistribuição - quem quer redistribuir o Flash tem que se cadastrar no site da Adobe, por exemplo. Assim, no momento em que eu incluoum driver de modem proprietário cuja licença diz que eu não posso redistribuí-lo em minha distro, eu estou descumprindo os termos desse acordo e, portanto, aquela distribuição é ilegal. Para contornar isso, o autor da distro em questão deveria de entrar em contato com os fabricantes e pedir uma autorização ou fazer um acordo, o que certamente lhe custaria alguns milhares de dólares, que ele certamente não teria condições de pagar.

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  14. Assumo a responsabilidade, manolo, pelo termo.
    E taxá-lo de perjorativo é o caso.
    Você pode usar o termo e não precisa citar meu nome, a não ser que queira criar uma celeuma.
    E guarde as facas e deixe de ignorância, rapaz.

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  15. Perjorativo seria ofensa á pessoa que pratica.
    Eles se sentem ofendidos, Cleiton. Eu não.
    Eu fico é chateado por taxar o termo, pois não há nada de perjorativo classificar algo que não tem qualidade... enfim, o significado do nome refisefuqui em si.
    De qualquer forma, peça para seu amiguinho se acalmar aí, pois não está com toda essa bola para vir com pedras na mão.
    Gostei do artigo e sempre acompanho o blog, e raramente comento. Mas chegar com duas pedras na mão por causa de opinião tira todo o crédito do trabalho de todos aqui.

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  16. Glenn, a questão é que a pessoa que lança um remaster acredita que o trabalho tem alguma qualidade. Pra você, que não vê essa qualidade, o termo é um resumo do trabalho da pessoa; pra pessoa que realizou o trabalho é uma diminuição da "conquista" dela, e por isso classifica como perjorativo. É uma questão de ponto de vista, não de "certo ou errado".

    Quanto ao comentário do André, eu creio que ele interpretou de forma errada teu comentário, por isso deu a resposta que deu.

    E, mais uma vez, obrigado pela visita. Abraços.

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  17. Desculpe-me por postar tão tarde, mas só agora li o seu review. O Sr. André Machado está de parabéns pelo artigo, pois esclarece e muito os prós e contras dessa "distro", de maneira imparcial. Parabenizo também o Sr. Bruno Machado por ser mais um "guerreiro" a fim de possibilitar ao usuário "leigo" tentar entrar nesse nosso mundo "Linux", fazendo uma distro fácil de usar. Fico chateado quando acontece de autores de artigos ficarem aqui discutindo por algo tão fútil, pois quem tem conhecimento de causa, sabe que essas distribuições, violam sim os termos de uso de códigos GPL, etc. Mas quem não tem um amigo que usa $indows pirata e nele estão instalados todos esse códigos e softwares restritos (Flash, Java, etc. Então todos estão com a razão. Meu sonho é ver um dia uma distribuição nacional desenvolvida com ajuda de todos os "guerreiros" solitários e estes se tornarem um exercito para fazer frente ao Gigante $indows, e cobrassem pelo seu sistema operacional (em torno de 10 dólares) para que acabasse com os problemas de códigos e softwares restritos. Uma distro politicamente correta, barata, com suporte gratuito através de fórum mesmo, aí sim, daríamos adeus ao $indows. É o meu sonho!

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