sábado, 11 de setembro de 2010

A utilização do software livre em uma universidade pública

Há pouco menos de um ano, estou cursando Matemática na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Claro que eu queria Ciências da Computação, mas na hora decidi apostar em uma certeza do que numa dúvida). Por ser uma universidade pública, cabe-nos perguntar: como é a utilização do software livre na mesma, visto que o Governo Federal tem, nos últimos anos, apoiado a disseminação de programas de código aberto?

O software livre na UFRGS tem um local de destaque, mas o ambiente de TI é misto. Nos vários setores e órgãos da universidade, podemos encontrar as mais variadas configurações, que atendem a todos os gostos. Algumas fazem-nos colocar a mão na nuca, como os micros da secretaria do DECORDI - Departamento de Controle e Registro Acadêmico - que usam modernos monitores LCD e rodam... Windows 98! Alguns laboratórios, departamentos e secretarias têm Windows XP, Vista e Seven.

Mas onde entra o software livre neste cenário? A maior parte está na FACED - Faculdade de Educação, ponto obrigatório para todos que fazem licenciatura ou pedagogia. A biblioteca da FACED possui vários terminais destinados à realização de consultas dos livros disponíveis através do SABI, um sistema online desenvolvido pela própria universidade. Todos os micros desta biblioteca utilizam uma versão do Debian e o acesso ao SABI é feito a partir do navegador Iceweasel.

Os computadores da biblioteca de educação usam Debian e Iceweasel

Além disso, no décimo andar do prédio da faculdade, existe um laboratório de informática completo que pode ser usado pelos alunos. Todos os computadores de lá rodam GNU/Linux. Como se não bastasse, os alunos do curso de Ṕedagogia têm uma cadeira obrigatória de software livre, que é ministrada neste local - e os alunos dos outros cursos podem fazê-la como cadeira eletiva e utilizá-la para obter créditos complementares.

A Faculdade de Medicina é outra que utiliza extensamente softwares livres, tendo um laboratório completo somente com GNU/Linux.

O Instituto de Matemática é um dos que mais se utiliza dos recursos do software livre. Seu site roda sobre um servidor próprio, chamado Euler, que tem uma configuração bastante modesta para os padrões atuais. Em Abril de 2010, foi anunciada a mudança de seu sistema operacional - que antes era o Fedora Core 3 - para o OpenBSD 4.6.

Nos laboratórios destinados aos alunos, o sistema utilizado é Windows XP, mas temos um grande enfoque nas aplicações livres: No primeiro semestre, na cadeira de Computador na Matemática Elementar, trabalha-se com SuperLogo, uma implementação nacional e livre da linguagem Logo. Além disso, usa-se programas como GeoGebra, CaR e SciLab. Além disso, no corredor do Instituto de Matemática existe um computador destinado à utilização livre dos alunos - o que inclui ler e-mail, baixar trabalhos ou navegar na Internet. O micro é uma estação de trabalho da Dell que tem o Kurumin Light como sistema operacional. Ao observarmos o micro, pode-se ver que ele tinha outro sistema operacional e que o Kurumin foi instalado posteriormente:

Micro do Corredor

O mais incrível é que a maioria dos alunos não pergunta sobre ou reclama do sistema operacional.

E como se não bastasse, os cursos da modalidade EAD da UFRGS utilizam, como base, a plataforma Moodle, que é software livre. Outros recursos internos para professores também se valem de conhecidos CMS, como Joomla.

Assim, vemos que na UFRGS, embora o software livre não seja uma exclusividade, ele tem um grau de destaque e sua utilização é incentivada. E na sua escola/faculdade, como está esta questão?

4 comentários:

  1. parabens a Universidade Federal do Rio Grande do Sul pela inciativa.
    é por esse caminho que o Brasil vai se desenvolver tecnologicamente.

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  2. Estudo Administração na UFPB e lá temos dois laboratórios LID (Laboratório de Inclusão Digital) equipado com mais de 30 PCs cada, todos equipados com Linux Ubuntu, onde os alunos têm acesso livre para atividades online. Utilizamos também o ambiente moodle para os cursos EAD que estão caminhando aos poucos por aqui. O mais legal é que nunca ouvi ninguém reclamar sobre o sistema!

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  3. Até bem pouco tempo, antes de contratarem um novo responsável pelo TI, todos laboratórios do Pólo Universitário Santo Antônio (cursos à distância) e Campus da FURG (Universidade Federal de Rio Grande) na minha cidade eram equipados com Ubuntu; na sala de video-conferência, o MetaSys. Esse novo "técnico" preferiu trocar um laboratório para Windows XP, por afirmar ser "mais leve".

    Recentemente chegou mais uma remessa de novos PCs para outro laboratório a ser aberto, mas não sei qual o sistema instalado. Como são computadores do Governo Federal, acredito que Windows é que não é.

    Os cursos EaD dos programas e-Tec Brasil e UAB usam o ambiente Moodle, acredito que seja um padrão do MEC.

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  4. Portal Saúde Direta (www.saudedireta.com.br) apresenta um Prontuário Eletrônico de Pacientes gratuito e full web. Além disso oferece milhares de informações úteis para todos os profissionais de saúde como algoritmos de tratamento, protocolos, links, medicamentos, dermatocosmeticos, catalogo de laboratórios de análises, etc... Pode ser acessado por iPad, iPhone, MAC, WINDOWS, e de qualquer dispositivo fixo ou móvel. Mais de 3000 profissionais cadastrados e milhares de pacientes beneficiados. Foi utilizada tecnologia LAMP (Linux, Apache, MySQL e PHP) e editor gráfico GIMP.

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